Arquivo do mês: janeiro 2013

Grandes Nomes do Rock: The Yardbirds, finale

Em 1966, os problemas de Jeff Beck nos Yardbirds chegaram ao seu limite após o guitarrista ter derrubado vários equipamentos de som e quebrado a guitarra em pleno show, além de ter saído intempestivamente do palco. Ele foi sumariamente demitido depois do incidente e a banda decidiu se manter como quarteto, sob direção de Micky Most e Peter Grant, gravando o álbum Little Games, que não teve muita repercussão. No ano seguinte, a banda já não se entendia como antes. Enquanto Jimmy Page queria um som mais pesado, Keith Relf e Jim McCarty tencionavam seguir um estilo mais voltado ao Folk. Em meio a uma turnê, o vocalista e o baterista dos Yardbirds saíram da banda.

A banda quebrou pouco antes da turnê na Escandinávia, o que forçou Jimmy Page a encontrar substitutos para Relf e McCarty. Chris Dreja, o baixista e único membro fundador remanescente também decidiu deixar os Yardbirds, para se dedicar à carreira de fotógrafo. Aumentava para três as vagas deixadas na banda. Uma delas foi preenchida pelo amigo de Page, o baixista de estúdio John Paul Jones, que havia tocado baixo ainda na fase anterior. Os  outros dois membros restantes foram encontrados após recomendações de contatos do guitarrista: o cantor Robert Plant e o baterista John Bonham. Como New Yardbirds, a banda cumpriu os compromissos restantes e quando voltaram á Inglaterra encerreraram um capítulo da história do Rock e começaram outro formando o poderoso Led Zeppelin, que vai ter sua biografia contada aqui no blog.

Em 1971, foi lançado o álbum Live Yardbirds: Featuring Jimmy Page, mostrando o registro de uma apresentação ao vivo da banda em 1968, tocando músicas de várias fases, entre as quais I’m Confused (não creditada, embora cantada por Keith Relf) que deu origem ao clássico zeppeliniano Dazed and Confused. Era o ato final da banda surgida em 1963. 

Depois que saiu dos Yardbirds, Jeff Beck teve uma excelente carreira solo. Formou a banda Jeff Beck Group, que revelou o cantor Rod Stewart (que consolidou a fama mais tarde ao integrar The Faces). Nunca perdeu o contato com o amigão Page e sempre estavam trabalhando juntos em projetos musicais ou mesmo fazendo jams descompromissadas. Em 1969, Keith Relf e Jim McCarty formaram  o duo acústico Together, que acabou gerando a conhecida banda  experimentalista de Folk e Rock Renaissance, que contou com Jane Relf, irmã do cantor como vocalista principal. O ex-colega de Yardbirds Paul Samwell-Smith produziu o primeiro disco da banda, autointitulado. Também vamos falar dessa fabulosa banda em posts futuros. A estada da dupla Relf/McCarty no Renaissance durou até os idos de 1971 e assim, ambos partiram para carreiras distintas. O cantor tocou na banda Armageddon e trabalhou como produtor junto a grupos como Hunter Muskett, Amber, Saturnalia e Medicine Head, onde chegou a tocar baixo. às véspers de uma reunião do Renaissance original, Keith Relf faleceu no dia 14 de maio de 1976. Foi eletrocutado acidentalmente quando tocava guitarra em seu estúdio caseiro. Segundo os legistas, o instrumento não tinha aterramento, daí o desfecho fatal. Já o batera não fez nenhum trabalho execpcional. Nos anos 80, ele se reuniu com a nata de músicos de bandas famosas dos anos 60 no projeto The British Invasion All Stars.

Os Yardbirds continuaram relegados por décadas ao limbo do Rock. Nos anos 80, Chris Dreja, Jim McCarty e Paul Samwell-Smith voltaram a tocar juntos em nome dos velhos tempos, num grupo informal chamado Box of Frogs (algo como “caixa de sapos”), reuniões essas que contaram, ocasionalmente com o ex-colegas Jimmy Page e Jeff Beck. Um single com músicas gravadas pelo saudoso Ketih Relf foi lançado em 1989 com as músicas Together Now (gravada em 1968) e All the Fallen Angels (gravada alguns dias antes de sua morte). Os cinco músicos voltaram a se encontrar em 1992, quando os Yardbirds foram introduzidos no Rock and Roll Hall of Fame. No mesmo ano, Peter Barton da Music Artist Manangement propôs ao batera McCarty uma reunião dos Yardbirds. Este respondeu que só toparia se seu amigo Chris Dreja também aceitasse voltar também. assim os dois fundadores da banda voltaram a tocar juntos, chamando John Idan (baixo e vocais) e fizeram um memorável show no lendário Marquee.

Um década depois, em 2003, os Yardbirds gravaram Birdland, seu primeiro álbum de estúdio desde Little Games (1968). A nova formação da banda contou com o já citado John Idan, Alan Glen (gaita), Gypie Mayo (guitarra líder), além de Dreja e McCarty. O disco, cheio de regravações do período áureo da banda contou com um verdadeiro exército de guitarristas solo: Joe SatrianiSteve VaiSlashBrian MaySteve LukatherJeff “Skunk” BaxterJohn Rzeznik, Martin Ditchum e Simon McCarty. o velho conhecido Jeff Beck também deu as caras no disco. Em 2005, houve mais uma alteração no line up: saíram Gypie Mayo e Alan Glen para as entradas de Jerry Donahue (depois substituído pelo jovem músico de 22 anos Ben King) e Billy Boy Miskimmin. Em 2006, a banda gravou um DVD ao vivo chamado Live At B.B. King Blues Club. Em 2009, foi a vez de John Idan sair para as entradas de David Smale (no baixo e backing vocals) e Andy Mitchell (vocais, harmônica e violão).  Em 2012, foi noticiado que eles fariam uma nova turnê, mas Dreja não pôde viajar por problemas de saúde e eles voltaram a atuar como quarteto. Este ano, os Yardbirds chegam aos 50 anos e que venha o futuro!

Fontes:

Wikipedia

http://whiplash.net/materias/biografias/038317-yardbirds.html#ixzz2JMWjdauk

http://www.theyardbirds.com/

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Yardbirds: 50 anos de Rock e Blues

 

 

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Grandes Nomes do Rock: The Yardbirds, parte 4

Em 1966, os Yardbirds deixaram em segundo plano a estética blueseira do início de carreira para utilizar experimentalismos em estúdio graças ao guitarrista Jeff Beck, entusiasta de uma nova sonoridade. A banda participou do lendário Festival de San Remo com a música Paf…Bum. Gravaram o álbum Roger The Engineer, com composições escritas pela banda. O baixista Paul Samwell-Smith saiu dos Yardbirds pouco depois do lançamento do disco para se tornar produtor. Jimmy Page, que antes havia recusado convite para entrar na banda, aceitou assumir o lugar do baixista até que Chris Dreja, guitarrista rítmico aprendesse o instrumento. Com dois solistas da pesada, algo inédito até então, os Yardbirds prometiam ser uma banda de extrema qualidade. Mas a dobradinha lendária produziu muito pouco, pois Jeff Beck começou a ter atritos com os companheiros.

Nesse ano, o guitarrista exigente dos Yardbirds começou a entrar em rota de colisão com os colegas. Seu perfeccionismo, aliado a seu temperamento explosivo fazia com que destruísse amplificadores no palco, causando uma saia justa junto ao empresário e à banda. Além disso, desaparecia sem maiores explicações deixando todos na mão. às vezes, Page tinha que atuar sozinho devido ao descontrole e desvarios do amigo de fé, irmão camarada. A crise chega ao ápice durante uma turnê norte americana da banda, junto com outras estrelas como Sam The Sham & The Pharoahs, Gary Lewis & The Playboys e Brian Hyland. Beck, injuriado com o som dos amplificadores, teria derrubado uma pilha de equipamentos, depois, destruiu sua guitarra e abandonou o palco. Foi a gota d’água para a banda, que resolveu demitir Beck em plena turnê. Encerrava-se assim uma página na história dos Yardbirds. Por essa época, o produtor Micky Most e seu sócio Peter Grant haviam se tornado empresários da banda, assumindo o contrato de Simon Napier Bell.

Em 1967, a saída de Beck fez com que a banda se consolidasse como um quarteto, dadas as habilidades solistas de Page, que nessa altura usava um arco de violino para implementar suas performances na guitarra, algo inusitado até então. Também começou a usar o pedal wah wah. Sob nova direção, a banda gravou o álbum Little Games, produzido por Micky Most. Os destaques do disco ficam por conta da faixa-título (Harold Spiro, Phil Wainman), White Summer (Page), Drinking Muddy Water (Relf, Dreja, Page, McCarty) e Only the Black Rose (Relf). Algumas músicas não saíram no álbum, sendo lançadas em single como Ha Ha Said the Clown (Tony Hazzard), um cover do Manfred Mann e Ten Little Indians (Harry Nilsson). O disco teve um desempenho modesto nos EUA, mas na Grã Gretanha foi um verdadeiro fiasco.

Embora fosse um verdadeiro hitmaker, depois de trabalhar com nomes consagrados como Lulu e Donovan, Micky Most não foi muito competente em sua direção na banda. Além dos mais, seu comportamento antiquado não agradava aos músicos. Resumo da ópera: Most deixou Peter Grant cuidar sozinho dos Yardbirds e deu no pé. Nessa altura, Page era o líder dos Yardbirds e suas apresentações ao vivo continuavam fenomenais, numa sonoridade que a imprensa musical chamava de “Terceira Guerra Mundial”. Uma das músicas de destaque do repertório era uma versão primitiva de Dazed and Confused (mais tarde um clássico do Led Zeppelin), com letra composta por Relf.

Em 1968, os problemas internos começaram a aparecer e o clima já não era o mesmo. Keith e Jim queriam fazer algo mais voltado ao Folk, indo na contramão do que a banda estava tocando. Jimmy queria que os Yardbirds soassem como as bandas pesadas que estavam despontando no cenário musical como o Vanilla Fudge, o Free e o Traffic. No meio do ano, foi lançado o derradeiro single da banda, Goodnight Sweet Josephine  (Hazzard)/Think About It (Page). Em meio a uma turnê pelos EUA, a banda racha de vez: após um show em julho daquele ano, o vocalista e o baterista deixam o Yardbirds, deixando seus companheiros “a ver navios” e com uma agenda de shows por fazer. Peter Grant encorajou Jimmy a recrutar substitutos para cumprir os compromissos.

Yardbirds (1)

Sem Jeff Beck, os Yardbirds resolveram permanecer como um quarteto

Conclui no próximo post

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Grandes Nomes do Rock: The Yardbirds, parte 3

Em 1965, os Yardbirds já tinha fama no circuito blueseiro da Swinging London e foram chamados pelo lendário Sonny Boy Williamson II para uma turnê na Inglaterra e na Alemanha. Gravaram o single For Your Love, que foi o ápice da carreira discográfica da banda e cujo nome batizou o segundo álbum. O guitarrista Eric Clapton, um purista do Blues na época não gostou da música, em sua opinião, muito “pop” e deixou os Yardbirds, recomendando o promissor guitarrista de estúdio Jimmy Page para seu lugar. Este acabou declinando do convite mas sugeriu seu amigo Jeff Beck. A banda fez alguns shows com o novo guitarrista e começou a gravar seu novo álbum Having a Rave Up With The Yardbirds. Fizeram sua primeira turnê nos EUA e no final do ano, saiu o álbum Sonny Boy Williamson & The Yardbirds, gravação do show feito no Crawdaddy no final de 1963.

Em 1966, os Yardbirds começaram a seguir a tendência da época, utilizando experimentalismos e deixando o Blues em segundo plano. Fizeram mais uma turnê pelos EUA e pela Europa, tendo inclusive participado do famoso Festival de San Remo na Itália tocando a música Paf…Bum! do escritor e cantor Lucio Dalla. Em junho, saiu o álbum Roger The Engineer, produzido pelo baixista Paul Samwell-Smith junto com Simon Napier Bell, o novo empresário da banda, com músicas totalmente escritas pelos membros da banda (Beck/Relf/Dreja/Samwell-Smith/McCarty), onde se destacam a instrumental Jeff’s Boogie (inspirada em Guitar Boogie de Chuck Berry e com passagens de Alfie de Bacharach & David e a tradicional Mary Had a Little Lamb), The Nazz Are Blue (um dos raros registros de Jeff Beck como vocalista), entre outras. Esse foi o último trabalho de Paul Samwell- Smith como um Yardbird. Ele deixou a banda para se tornar produtor fonográfico.

Beck gravou em maio de 1966, sem a banda, seu clássico Beck’s Bolero (Jimmy Page), baseado no Bolero de Maurice Ravel. A sessão contou com um super-time de músicos: Jimmy Page (guitarra líder), John Paul Jones (baixo), Nicky Hopkins (piano) e Keith Moon do The Who (bateria). Foi nessa o ocasião que o batera fez o célebre comentário: “O som da banda soa igual a um zepelim de chumbo”. Esse trabalho só foi lançado no ano seguinte quando Beck já não estava mais nos Yardbirds. Nesse ano, Keith Relf dois singles solo com as músicas Mr. Zero (Bob Lind)/Knowing (Relf) e Shapes of My Mind (Relf)/Blue Sands (Relf).

Para a vaga deixada por Samwell-Smith, a banda contou com Jimmy Page, que havia sido cogitado para a vaga de Eric Clapton uns anos antes. Page aceitou atuar como baixista até que o guitarrista Chris Dreja aprendesse a tocar o baixo. A estréia da explosiva dobradinha das seis cordas aconteceu no single Happenings Ten Years Time Ago (Beck/Relf/Dreja/Page/McCarty), onde os dois mestres da guitarra fazem um senhor duelo dos instrumentos, contando com John Paul Jones no baixo. No lado B (da versão britânica do disco), figurou a composição Psycho Daisies, este com Beck na guitarra solo e Page no baixo. Na versão norte americana o lado B foi The Nazz Are Blue do álbum Roger The Engineer.

As expectativas quanto a ter dois guitarristas solo do calibre de Beck e Page numa mesma banda eram enormes e quem viu os shows da banda naquele ano foi testemunha ocular da história. Infelizmente, nada foi registrado e as performances da dupla se resumiram ao single citado acima, além de I’m Waiting for the Man (Lou Reed), um cover do Velvet Underground, Over Under Sideways Down (cujo riff inicial foi usado num comercial de milk shake) e Stroll On (uma releitura de Train Kept-a Rolling de Johny Burnette) durante a participação da banda no filme Blow Up (No Brasil, Blow Up – Depois Daquele Beijo) de Michelangelo Antonioni, que pretendia chamar o The Who, que declinou do convite e o Velvet Underground, que não conseguiu um visto para trabalhar na Inglaterra. O cineasta pediu a Jeff Beck que, ao final da execução da música, quebrasse a guitarra, ao melhor estilo de Pete Tonwshend. Claro que o guitarrista jamais faria isso com sua guitarra favorita. Comprou uma Hoffner alemã bem baratinha e a coitada foi a vítima da, digamos, violência musical.

Infelizmente, o festejado duo de guitarras solo “subiu no telhado”, após uns problemas de saúde enfrentados por Beck e por alguns desentendimentos dele com os colegas de banda, que acabou ocasionando sua saída intempestiva  dos Yardbirds.

YARDBIRDS

Yardbirds: a efêmera fase Page-Beck

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Grandes Nomes do Rock: The Yardbirds, parte 2

Keith Relf e Paul Samwell-Smith formaram o Metropolitan Blues Quartet em 1962 e após a entrada de Chris Dreja, Tony “The Top” Topham e Jim McCarty no ano seguinte, mudaram o nome da banda para The Yardbirds, que no começo era uma banda de apoio para o gaitista Cyril Davies do Blues Incorporated. Nesse ano, substituíram os Rolling Stones como banda residente no Crawdaddy. O empresário Giorgio Gomelski, um dos donos do clube gostou de sua atuação e se tornou manager deles. Naquele momento, Topham deixou a banda e Eric Clapton foi  chamado para seu lugar. Tocaram como banda de apoio do lendário gaitista Sonny Boy Williamson em sua apresentação no Crawdaddy. Em 1964, sob a supervisão de Gomelski, eles gravaram os singles I Wish You Would e Good Morning Little Schoolgirl e seu álbum de estreia Five Live Yardbirds

Em 1965, os Yardbirds eram uma das principais bandas londrinas e eles foram chamados novamente por Sonny Boy Williamson II, para acompanhá-lo em sua turnê pela Inglaterra e Alemanha. De volta para casa, a banda gravou seu terceiro single, For Your Love (composição de Graham Gouldman) pela Columbia Records, com uma levada mais pop, diferenciando-se do repertório calcado em Blues e R&B habitual da banda. Tendo por lado B Got to Hurry, música composta pelos Yardbirds e Gomelski (usando o pseudônimo Oscar Rasputin), o disco fez um enorme sucesso na Inglaterra, chegando ao primeiro lugar nas paradas britânicas e vendendo mais de um milhão de cópias. Aí vieram participações em programas musicais da TV como o Read Steady Go! e o Shindig. Todos ficaram felizes com o resultado, menos Clapton, então um purista do Blues, que não gostou da escolha da música para o single.

Em meio ás gravações do segundo álbum, o guitarrista resolveu sair dos Yardbirds como forma de protesto. Apesar disso, indicou para seu lugar o amigo Jimmy Page (nascido James Patrick Page no dia 9 de janeiro de 1944 em Heston, Middlessex, Inglaterra), então um promissor e requisitado músico de estúdio. Page acabou declinando do convite, alegando que tocar numa banda àquela altura não estava nos seus planos. Seu trabalho como músico de estúdio era mais lucrativo e ele estava com alguns problemas de saúde. Recomendou então seu amigo de longa data Jeff Beck (nascido Geoffrey Arnold Beck no dia 24 de junho de 1944 em Wallington, Surrey, Inglaterra).

Jeff tocou com a banda em alguns shows e ajudou a finalizar o álbum For Your Love (o nome do single de sucesso), preoduzido por Giorgio Gomelski e lançado na metade daquele ano pela Columbia. Além das músicas que compuseram o single, destacam-se I’m Not Talking (Mose Allison), I Ain’t Done Wrong (Relf), My Girl Sloopy (Wes Farrell, Bert Russell), na verdade Hang On Sloopy, grande sucesso dos McCoys e Putty in Your Hands (John Patton, Kay Rogers), um cover das Shirelles. Com o novo guitarrista, os Yardbirds fizeram sua primeira turnê aos EUA, aproveitando o advento da Segunda Onda (Invasão Britânica).

Naquele ano, ainda foi lançado Having a Rave Up With The Yardbirds, o terceiro álbum (o segundo em estúdio da banda). Com produção de Gomelski, o disco mostra o repertório de Blues e R&B como Smokestack Lightining (Howlin’ Wolf), a versão de estúdio de I’m a Man (Bo Diddley), mais Respectable (Isley Brothers), You’re Better Man Than I (Mike Hugg, Brian Hugg) e o clássico de Johnny Burnette, Train Kept-a-Rolling (Tiny Bradshaw, Howard Kay, Lois Mann), além de clássicos da banda, compostos por Graham Gouldman, como Shapes of Things e Heart Full of Soul, onde o genial Jeff Beck emula uma cítara na guitarra distorcida. No final daquele ano, saiu o álbum ao vivo Sonny Boy Williamson and The Yardbirds, mostrando o show do Crawdaddy em 1963.

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Encontro de feras do Blues

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Grandes Nomes do Rock: The Yardbirds, parte 1

Uma das principais bandas do Blues Britânico, que também flertou com o Rock e com os experimentalismos musicais da segunda metade da década dos anos 60 e que contou com três dos melhores guitarristas de todos os tempos. Além disso, foi precursora de uma das melhores bandas de todos os tempos, o Led Zeppelin. Vamos falar sobre The Yardbirds.

A cena blueseira na Inglaterra começou quando o guitarrista Alexis Korner e o gaitista Cyril Davies, execrados pelos puristas do Jazz,  abriram o Ealing Club, local exclusivo de aficcionados pelo Blues eletrificado de Muddy Waters e T-Bone Walker, o além de formar uma banda que se tornou patrona do estilo, o Blues Incorporated. Pouco depois, surgiram outros locais semelhantes, o Crawdaddy e o Marquee, onde jovens músicos se encontravam e faziam antológicas jam sessions, fazendo surgir verdadeiras lenas do Rock londrino como os Rolling Stones, os Bluesbreakers de John Mayall e o Fleetwood Mac, entre outras. Foi nesse ambiente que o cantor e gaitista Keith Relf (nascido Keith William Relf em 23 de março de 1943 em Richmond, Surrey, Inglaterra) juntou-se ao baixista Paul Samwell-Smith (nascido no dia 8 de maio de 1943 em Richmond, Surrey, Inglaterra) para formar o Metropolitan Blues Quartet.

Em 1963, a banda ganhou a adesão do guitarrista rítmico Chris Dreja (nascido Chirstopher Dreja no dia 11 de novembro de 1945 em Surbiton, Inglaterra), o guitarrista líder Tony “The Top” Topham (nascido Anthony Topham no dia 3 de julho de 1947 em Southall, Inglaterra) e o baterista Jim McCarty (nascido James Stanley McCarty no dia 25 de julho de 1943 em Walton, Liverpool, Inglaterra). Em maio daquele ano, resolveram, então, mudar o nome da banda, já que eles não eram mais um quarteto. O nome escolhido foi Yardbirds, que tanto pode ser uma alusão aos andarilhos que perambulavam pelas linhas férreas esperando trem e também o apelido que o lendário saxofonista de Jazz Charlie Parker usava antes de encurtá-lo para “Bird”.

A princípio, os Yardbirds atuavam como banda de apoio de Cyril Davies e começaram a fazer fama no circuito londrino, especialmente depois que substituíram os Rolling Stones como banda residente no Crawdaddy Club. Com um repertório calcado em Elmore James, Howlin’ Wolf e Muddy Waters, eles chamaram a atenção do dono do clube, o empresário Giorgio Gomelski, que havia trabalhado com os Stones, que se tornou seu manager e produtor fonográfico. Nessa altura dos acontecimentos, desiludido com a falta de perspectiva, apesar do acordo firmado com Gomelski, Top Topham se mandou e a banda chamou Eric Clapton (nascido Eric Patrick Clapton no dia 30 de março de 1945 em Ripley, Surrey, Inglaterra) para o seu lugar. A banda acompanhou o gaitista Sonny Boy Williamson II em sua apresentação no Crawdaddy no fim do ano. Clapton mostrou ser o elemento que faltava para a banda ganhar mais renome dentre as bandas de Blues. As apresentações da banda se caracterizavam por longos improvisos que levavam a uma aceleração das músicas executadas até chegar a um clímax sonoro que foi chamado pelo baixista Samwell- Smith de rave ups.

Em 1964, Gomelski conseguiu para eles um contrato com a EMI, onde gravaram seu primeiro single, I Wish You Would (tendo A Certain Girl, de Naomi Neville no lado B), produzido por ele, um Blues da pesada composto e interpretado originalmente por Billy Boy Arnold. A versão dos Yardbirds tem uma levada ao melhor estilo de Bo Diddley. O disco não chegou aos charts e no mesmo ano, saiu o segundo single, Good Morning, Little Schoolgirl, um clássico do mestre Sonny Boy Williamson I, tendo por lado B I Ain’t Got You, outra pérola do Blues, composta por Calvin Carter. O single chegou ao 49º lugar nos charts britânicos.

No final de 1964, saiu o primeiro álbum da banda, Five Live Yardbirds, gravado ao vivo no Crawdady, mostrando uma banda vigorosa e ousada, com solos de guitarra dewsoncertantes e uma gaita de primeira, tocada com maestria pelo asmático (!!!) Keith Relf. Esse disco se tornou um verdadeiro clássico do Blues Britânico. É totalmente sem firulas e que vai direto ao ponto. No decorrer do álbum, a banda destila maravilhas blueseiras como Got Love If You Want It de Slim Harpo, Smokestack Lightining de Howlin’ Wolf,  Boom Boom e Louise do lendário John Lee Hooker, pérolas roqueiras como Too Much Monkey Business e Let It Rock  do mestre Chuck BerryWho Do You Love e I’m A Man do mestre Bo Diddley, além de uma composição de Relf, Honey in Your Hips

Yardbirds

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Grandes Nomes do Soul: Earth, Wind & Fire – parcerias

Ao longo de sua carreira, o Earth Wind & Fire dividiu o spotlight com algumas grandes figuras da música, seja no estúdio ou ao vivo. Abaixo, alguns dos principais parceiros da banda:

EW& F e Emotions

 

EW&F e Chicago

 

EW&F, P-Funk e Outkast na Noite do Funk do Grammy Awards (2004)

 

EW&F e Sly Stone

 

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EW&F & Chicago: duas lendas dos anos 70 juntas!

Fonte: You Tube

 

 

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Grandes Nomes do Soul: Earth, Wind & Fire, post bônus

Vimos nos últimos posts a trajetória do Earth, Wind and Fire, uma das mais consagradas bandas dos anos 70. Nos links abaixo, você acompanha alguns dos principais momentos de sua história:

1970:

1972:

1973:

1975:

1977:

1978:



1979:

1980:

1983:

No próximo post, EW&F e parcerias

1970 (1)

Fonte: You Tube

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Grandes Nomes do Soul: Earth, Wind & Fire, finale

Em 2000, o EW&F, apesar das origens no Soul/Funk, foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame e contou com a reunião da formação clássica da banda. No ano seguinte, saiu o documentário Shining Star: A História Oficial do Earth, Wind and Fire e a banda fez um show em prol das vítimas do ataque às Torres Gêmeas no fatídico dia 11 de setembro daquele ano. Em 2002, o EW&F se apresentou na cerimônia de encerramento das Olimpíadas de Inverno em Salt Lake City, Utah. No esmo ano, foram lançados os álbuns The Essential Earth, Wind & Fire e dois álbuns ao vivo, That’s the Way of the World: Alive in ’75 Live in Brazil. Em 2003, saiu o álbum inédito The Promise e a banda foi introduzida no Vocal Group Hall of Fame e Hollywood’s RockWall. Em 2004, o EW&F fez uma jam histórica com o lendário Parliament/Funkadelic de George Clinton e o Outkast de Kanye West na noite de entrega do Grammy daquele ano. Também fizeram uma turnê conjunta com o Chicago, outra importante banda setentista.

Em 2005, foi lançado o álbum Illumination, o primeiro na Sanctuary Records, sob a batuta de Maurice White, Phillip Bailey e vários outros. Contou com as participações de Brian McKnight, will.i.am, Kenny G.Jimmy Jam and Terry Lewis e Kelly Rowland. A princípio, o disco seria um trabalho solo de Phillip Bailey, que decidiu chamar os colegas de EW&F e torná-lo parte integrante da discografia da banda. As faixas em destaque são: Pure Gold (James Harris III, Terry LewisTony L. Tolbert, Bobby Ross Avila, Issiah J. Avila), Show Me the Way (Taura JacksonRaphael Saadiq) e The Way You Move (Antwan Patton, Carlton Mahone, Patrick Brown). O disco ficou em 8º lugar na parada R&B e em 32ª colocação no Hot 200 da Billboard. A banda juntou-se ao Black Eyed Peas para um megashow antes de um jogo do Super Bowl. Eles e o Chicago voltaram a se encontrar para uma nova turnê e colaboraram na regravação do clássico da banda If You Leave Me Now, que foi incluído na coletânea do Chicago Love Songs. Nesse ano, uma nota triste: Louis Satterfield, trombonista do The Phenix Horns e do EW&F faleceu aos 67 anos. Para fechar bem o ano, foi lançado o single natalino Gather Round (M. White, Bailey, David Foster), produzido por David Foster.

Em 2006, Maurice juntou-se ao diretor teatral, ator, cantor e coreógrafo Maurice Hines (irmão do famoso dançarino e performer Gregory Hines) do desenvolvimento do musical da Broadway Hot Feet, baseado nas músicas do EW&F. O compositor de longa data da banda, Allee Willis juntou-se ao líder do EW&F para compor algumas músicas novas para o espetáculo. Nesse ano, a banda tocou na cerimônia de entrega do Grammy junto com Mary J. Blidge e Ludacris. Os três se juntaram numa jam session. Em 2007, saiu o álbum de tributo ao EW&F chamado Interpretations: Celebrating the Music of Earth, Wind & Fire, onde nomes como a veterana Chaka Khan, Kirk FranklinLalah Hathaway (filha do saudoso Donny Hathaway), Mint Condition, Dwele, Meshell Ndegeocello e Angie Stone. No mesmo ano, a banda tocou no reality show Amewrican Idol e no concerto de etreda do prêmio Nobel ao lado de artistas como Melissa EtheridgeAlicia KeysAnnie Lennox e Kylie Minogue. A banda ainda participou do famoso Festival de Viñas Del Mar no Chile, onde encantou a plateia com uma versão de Gaviotas de Plata.

Em 2008, o quarteto clássico (Maurice, Phillip, Verdine e Ralph) foi laureado com um diploma honorário do Columbia College Chicago, por sua contribuição às artes e de quebra, a banda tocou seu clássico Shining Star na cerimônia. Em fevereiro desse ano, o EW&F voltou ao Brasilapós um hiato de quase 30 anos, para shows no Rio de janeiro (Vivo Rio) e em São Paulo (Via Funchal) [N. do Ed.: pela primeira vez os fãs de sampa conferiram a banda de perto]. Nesse ano, a banda tocou no conhecido torneio de tênis US Open. Em 2009, tocaram num jantar da Casa Branca e fizeram uma nova turnê com o Chicago por 30 cidades dos EUA. A banda ainda participou do famoso New Orleans Jazz & Heritage Festival. A banda passou por uma leve mudança em seu line up: o guitarrista Morris O’Connor entrou no lugar de Vadim Zilberstein e passaram a contar com um reforço nos vocais de apoio: Phillip Bailey Jr., filhão do vocalista Phillip.

Em 2010, Phillip, Verdine e Ralph participaram das sessões de gravação do single beneficente  We Are the World 25 for Haiti. O EW&F tocou de novo no New Orleans Jazz & Heritage Festival. Nesse ano, Maurice, Phillip e Verdine, junto com os ex-colegas da formação clássica Al McKay e Larry Dunn, foram introduzidos no Songwriter’s Hall of Fame. Em 2011, foram premiados e tocaram no Soul Train Awards e no ano seguinte, receberam um prêmio pelo conjunto da obra pela Annual Trumpet Awards. O mais novo álbum da banda após um hiato de oito anos, Guiding Lights, será lançado em 2013. Nós, fãs do EW&F e todos os aficcionados por boa música, estamos aguardando ansiosamente.

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Verdine White, Phillip Bailey e Ralph Johnson em 2012: mantendo o EW&F em ação

Fontes:

Wikipedia

http://www.earthwindandfire.com

http://www.allmusic.com/artist/p4156

http://www.rollingstone.com/artists/earthwindfire/biography

http://marcosbin.blogspot.com.br/2008/02/earth-wind-and-fire-no-brasil-eu-fui.html

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Grandes Nomes do Soul: Earth, Wind & Fire, parte 7

A década de 90 recebeu o EW&F contratado pela Warner Brothers, mesma gravadora que os havia dispensado nos anos 70. Em 1991, saiu The Best of Philip Bailey: A Gospel Collection, uma coletânea da carreira solo de Phillip Bailey na década anterior e no ano seguinte saiu a abrangente antologia da banda, The Eternal Dance. Em 1993, foi lançado o álbum Millenium, que foi um fracasso comercial, o que levou a Warner a dispensar a banda de novo. Em 1994, Maurice White se retirou das turnês da banda, limitando-se a compor e produzir. No ano seguinte, o EW&F recebeu uma estrela na Calçada da Fama em Hollywood. E 1997, saiu o álbum In the Name of Love e a banda fez uma apresentação no Festival de Jazz de Montreux. Em 1998, Maurice White anunciou que era portador do Mal de Parkinson, real motivo de seu afastamento das turnês.

Em 2000, o Earth, Wind & Fire foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame. para receber a honraria, Maurice, Phillip, Verdine, Ralph Johnson e Andrew Woofolk contaram com a presença dos ex-colegas que fizeram parte da formação clássica da banda Larry Dunn, Al McKay, Fred White e Johnny Graham. Foram aplaudidos de pé pelo púlbico que foi prestigiar o evento e tocaram clássicos como Shining Star e That’s The Way Of the World pela primeira vez juntos após décadas. Vislumbrou-se uma reunião desse line up, mas as tentativas restaram infrutíferas. Nesse ano, a banda foi convidada, junto com outros artistas, para tocar num jantar especial oferecido pelo então presidente dos EUA Bill Clinton para o rei do Marrocos Mohamed VI. O monarca ficou tão impressionado com a performance da banda que os convidou para as comemorações de seu aniversário.

Em 2001, saiu o documentário Shining Star: A História Oficial do Earth, Wind and Fire, dirigido por Kathryn Arnold. Nesse ano, que marcou o planeta com a tragédia das Torres Gêmeas no dia 11 de setembro, o EW&F foi uma das atrações de um concerto que aconteceu no Verizon Wireless Virginia Beach Amphitheater, além de doarem o montante de 25.000 dólares para a Cruz Vermelha. Aconteceu também mais uma mudança na formação. Saiu o tecladista Morris Pleasure para a entrada de Myron McKinley; o guitarrista  Sheldon Reynolds passou para a guitarra líder e a banda contratou o guitarrista rítmico Bobby Gonzales. O batera John Paris assumiu no lugar de Gordon Campbell e o tarimbado percussionista Daniel de Los Reyes pegou a vaga deixada por B. David Whitworth.

Em 2002, a banda tocou no encerramento do Jogos Olímpicos de Inverno, que aconteceu em Salt Lake City, Utah. Foi lançada a coletânea The Essential Earth, Wind & Fire e dois álbuns ao vivo, That’s the Way of the World: Alive in ’75 e Live in Brazil (mostrando o antológico show do EW&F no Maracanãzinho, Rio de Janeiro em 1980). Nova mudança na banda: o guitarrista Sheldon Reynolds encerrou seu ciclo no EW&F e Bobby Gonzales assumiu a guitarra líder, deixando sua função para o novo recruta  John Johnson. Foi incluída uma vocalista de apoio, Kimberly Brewer, uma presença feminina no EW&F, algo que não acontecia desde 1973, quando a cantora Jessica Graves saiu da banda. Nesse ano, Phillip gravou mais um álbum individual, Soul on Jazz (carregado de covers de lendas jazzísticas com Thelonious Monk e Herbie Hancock).

Em 2003, foi lançado o álbum The Promise , produzido por Maurice e Phillip em conjunto com a dupla Tim & Bob, após um hiato de quase seis anos sem material inédito. Destacam-se as músicas: All in the Way (Wayne Vaughn, Wanda Vaughn, M. White), onde o EW&F retoma a parceria com o grupo feminino The Emotions (desde o clássico Boogie Wonderland); Freedom (M. White) e Never (Curtis, M. White), além de Where Do We Go from Here? (Bill Meyers, Ross Vannelli)  e Dirty (M. White, Alexander Dutkewych, K.G.St.J.), duas músicas que ficaram de fora do álbum I Am. O trabalho ficou no 19º lugar da parada R&B e recebeu aclamação da crítica. Nesse ano, o EW&F recebeu mais duas honrarias: foi introduzido no Vocal Group Hall of Fame e no Hollywood’s RockWalk.

Em 2004, aconteceu o antológico show do EW&F na entrega do Grammy daquele ano, quando foi feito um tributo ao Funk. A banda juntou-se a outro ícone do Soul: Parliament/Funkadelic do lendário e genial George Clinton, ao lado das então novatas OutkastRobert Randolph and the Family Band numa sonzeira histórica. Houve outra mudança na formação: os guitarristas Greg “G-Mo” Moore e Vadim Zilberstein entraram no lugar de Bobby Gonzales e John Johnson; a cantora Kim Johnson (que tem no currículo atuação com Rod Stewart e Isley Brothers) entrou no lugar de Kimberly Brewer nos vocais de apoio, junto com Krystal Bailey (que ficou pouco tempo). Nesse ano, o EW&F juntou-se ao Chicago, outra banda icônica dos anos 70 numa turnê histórica [ver biografia do Chicago aqui]. A banda participou do álbum de tributo a Jimi Hendrix chamado Power of Soul: A Tribute to Jimi Hendrix com o cover de Voodoo Child (Slight Return). Foi lançada a coletânea romântica Love Songs e a banda assinou com a Sanctuary Records.

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Encontro de lendas: EW&F e P-Funk

Conclui no próximo post

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Grandes Nomes do Soul: Earth, Wind & Fire, parte 6

Em 1983, quando o EW&F entrou em recesso, Phillip Bailey gravou vários álbuns solo: Continuation (1983), The Wonders of His Love (1984), Chinese Wall (1984), com o megassucesso Easy Lover; Triumph e Inside Out (ambos de 1986). Já Maurice White produziu álbuns de sucesso para Barbra Streisend, Neil Diamond e Cher, além de gravar e produzir seu primeiro e único trabalho solo, Maurice White. Verdine White trabalhou como diretor e roteirista de vídeos e produziu, junto com o colega de EW&F Larry Dunn, o álbum Standing in the Night do Level 42. Em 1987, a banda voltou ao estúdio para gravar o álbum Touch the World. Depois foi decretado um novo recesso e Phillip gravou seu álbum solo Family Affairs (1989). Em 1990, a banda gravou  Heritage, seu último disco pela Columbia Records.

Em 1991, o EW&F voltou à Warner Brothers depois de quase 20 anos mas não gravou nenhum trabalho novo de imediato. No mesmo ano, saiu uma coletânea dos trabalhos Gospel que Phillip lançou entre 1983 e 1989 chamada The Best of Philip Bailey: A Gospel Collection. Em 1992, foi lançada a antologia The Eternal Dance, compilação de 55 músicas que fizeram parte da trajetória da banda. No mesmo ano, a banda voltou a se reunir em estúdio para elaborar um novo trabalho pela Warner. A banda contratou um segundo tecladista, Fred Ravel.

Em 1993, saiu o álbum Millenium, com produção de Maurice White. Os destaques do disco ficam por conta das faixas Even If You Wonder (Nicky Brown, Jeffrey Cohen, Jon Lind, M. White), Sunday Morning (Sheldon Reynolds, M. White, Allee Willis) e Two Hearts (parceria de Phillip e Maurice com o genial Burt Bacharach). O álbum teve uma recepção morna e teve baixa vendagem, apesar de ter figurado no 8º posto dos charts R&B da Billboard. Mal voltaram para a Warner, White e sua turma foram dispensados mais uma vez. O tecladista Vance Taylor, que havia ingressado no EW&F em 1987, saiu da banda e foi substituído por Morris Pleasure. A banda contratou mais dois músicos: o percussionista David Romero e o guitarrista (também baterista) Gary L. Morgan. O ano marcou duas perdas trágicas para a banda: o grande saxofonista e amigo Don Myrick da The Phenix Horns foi baleado fatalmente após uma controversa ocorrência policial e o membro fundador Wade Flemons perdeu a batalha contra o câncer.

Em 1994, Maurice anunciou sua aposentadoria das turnês com a banda, passando o bastão da liderança para o amigo Phillip Bailey, que nesse ano lançou mais um álbum solo, auto-intitulado. Nesse ano, o Earth, Wind & Fire é introduzido no Hall da Fama do NAACP (National Association for the Advancement of Colored People ou Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor), entidade que premia artistas afro-americanos dos EUA por realizações na música, cinema e TV. No ano seguinte, a banda ganha uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood. Em 1996, saíram as coletâneas Elements of Love: Ballads (com belas canções românticas da banda) e Greatest Hits Live com performances ao vivo. Houve algumas alterações no line up: saiu Fred Ravel para a entrada de Mike McNight (teclados) e a banda recebeu o percussionista/vocalista B. David Whitworth.

Em 1997, foi lançado o álbum In the Name of Love pela Rhino Records, primeiro trabalho inédito desde Millenium que teve a produção de Maurice White. Destacam-se as faixas Keep It Real (Melanie Andrews, Paul Minor, Morris Pleasure, Sheldon Reynolds, M. White), Cruising (P. Bailey, Sonny Emory, M. Pleasure, Roxanne Seeman) e a belíssima música que intitula o disco (M. Andrews, M. Pleasure, S. Reynolds, Betty Reynolds, M. White). Infelizmente, o disco passou longe dos charts (50º lugar na parada R&B). Nesse ano, a banda fez uma memorável apresentação no lendário Festival de Jazz de Montreax.

Em 1998, Maurice White revelou o real motivo que o fez se afastar das turnês: ele estava acometido pelo Mal de Parkinson desde o fim dos anos 80. Ele continuou a atuar mais nos bastidores escrevendo e produzindo. Nesse ano saiu mais uma coletânea, Earth, Wind & Fire: Greatest Hits e a banda recrutou mais um tecladista, Robert Brookins, que também passou a atuar como diretor musical. No ano seguinte, Phillip Bailey gravou mais um álbum solo, Dreams. Também, foi lançada a compilação Ultimate Collection e a banda fez uma apresentação no concerto Live By Request que foi transmitido pelo canal A&E.

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A “diretoria”: Verdine, Maurice, Ralph Johnson e Phillip

Conclui no próximo post

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