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Deep Purple Family Tree: The Artwoods, finale

Art Wood formou a banda de Skiffle Art Wood Combo e em 1962, começou a atuar paralelamente na banda Blues Incorporated. Com a entrada de Jon Lord (teclados), Derek Griffths (guitarra), Malcolm Pool (baixo) e Keef Hartley (bateria), a banda mudou o nome para The Artwoods e se tonou banda residente do 100 Club, alem de assinar com a gravadora Decca Records. Apesar do sucesso que tinham em suas aparições em programas televisivos, os Artwoods nunca conseguiram emplacar na indústria fonográfica. Depois de inúmeros fiascos, foram dispensados pela Decca, gravaram pela Parlophone e pela Fontana, mas também não lograram êxito, decretando o fim em 1967.

O batera Keef Hartley começou a tocar nos Bluesbreakers de John Mayall e pouco depois formou sua banda, Keef Hartley Band, que fez bastante sucesso no fim dos anos 60, chegando a fazer bonito no Festival de Woodstock. Jon Lord juntou-se aos Flowerpot Men e depois foi recrutado pelo baterista e cantor Chris Curtis (ex-Searchers) e o baixista Nick Simper para um projeto chamado Roundabout, que em 1968 deu origem ao Deep Purple. Malcolm Pool também chegou a tocar nos Bluesbreakers até sair de cena definitivamente no fim da década.

Em 1969, Art Wood formou com o irmão mais novo Ronnie Wood (guitarra) a banda de curta duração Quiet Melon, que ainda tinha em sua formação Rod Stewart (vocais) mais os Small Faces Ronnie Lane (guitarra), Kenny Jones (bateria), Ian McLagan (teclados), egressos dos Small Faces e Kim Gardner (baixo). Como a banda não emplacou, Art se se tornou designer gráfico, abrindo uma empresa como o irmão mais velho Ted Wood, contando depois com o velho colega de Artwoods Malcolm PoolRonnie, Rod, Ronnie e Ian formaram The Faces e Gardner fez parte do Ashton, Gardner & Dyke, banda de Jazz-Rock.

Embora nunca mais tenha se apresentado no circuito profissional, Art nunca deixou a música de lado, tocando informalmente com Downliners Sect e Carlo Little [primeiro batera dos Rolling Stones] All-Stars. Fez algumas reuniões com os velhos colegas de Artwoods, contando com o mano Ronnie, mas nada verdadeiramente grande.

Art Wood faleceu no dia 3 de novembro de 2006, vítima de um câncer na próstata. Um ano depois, houve uma reunião significativa dos Artwoods que contou com Ronnie, Lord, Pool, Derek Griffiths, o batera Colin Martin e o cantor Ali Mckenzie num belo tributo ao falecido amigo. Keef Hartley faleceu no dia 26 de novembro de 2011, após complicações de uma cirurgia. Jon Lord foi fazer companhia a seus colegas de Artwoods no dia 16 de julho de 2012.

Fonte:

Wikipedia

http://www.freakium.com/edicao7_artwoods.htm

Artwoods nos bons tempos crédito: http://www.freakium.com/edicao7_artwoods01.jpg

Artwoods nos bons tempos
crédito: http://www.freakium.com/edicao7_artwoods01.jpg

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Deep Purple Family Tree: The Artwoods, parte 1

O Deep Purple (biografia aqui) é uma das principais bandas do Rock and Roll e tem uma imensa árvore genealógica. Inauguramos aqui esta seção que visa apresentar as bandas que antecederam o Purple e que surgiram a partir dele. Começamos com The Artwoods, banda fincada na história do Blues Britânico.

1963: a cena bluesística londrina estava em alta, embora estivesse na mira do ódio dos puristas do Jazz que não admitiam o uso de instrumentos eletrificados para se manifestar musicalmente. Por conta disso, Alexis Korner e Cyril Davies, que já haviam feito parte das fileiras do Chris Barber Jazz Band criaram um clube próprio, o Barrelhouse para a turma que adorava Muddy Waters, T-Bone Walker e afins. Além disso, fundaram uma banda que virou uma instituição do emergente Blues das Ilhas Britãnicas, o Blues Incorporated, cuja formação se revezava em torno da dupla.

Dentre um dos muitos músicos que costumavam participar da banda estava o cantor Art Wood (nascido Arthur Wood no dia 7 de julho de 1937 em West Drayton, Middlesex, Inglaterra), que de estudante de arte acabou se convertendo num aficcionado no Blues elétrico. Ele foi um dos muitos entusiastas do Skiffle que tomou a Inglaterra de assalto em 1956. Em 1958, ele formou a Art Wood Combo, que passou a dividir com o Blue Inc. as atenções do cantor, que costumava se revezar com o vocalista oficial Long John Baldry.

Em1964, quando o tecladista Jon Lord (nascido Jonathan Douglas Lord no dia 9 de junho de 1941 em Leicester, Inglaterra) e o guitarrista Derek Griffiths (nascido no dia 23 de junho de 1944), egressos do Red Bludd’s Bluesicians juntaram-se à banda de Wood, decidiram mudar o nome da mesma para The Artwoods (uma brincadeira com o nome do “chefe”). Com a entrada do batera Keef Hartley (nascido Keith Hartley no dia 8 de abril de 1944 em Preston, Lancashire, Inglaterra), que entrou para a história como substituto de Ringo Starr no Rory Storm & The Hurricanes, além do ex-baixista dos RoadrunnersMalcolm Pool (nascido no dia 10 de janeiro de 1943 em Hayes End, Middlesex, Inglaterra), a banda começou a tocar no circuito de clubes londrinos e se tornou residente no 100 Club, além de assinarem contrato com a Decca Records.

Gravaram seu primeiro single, Sweet Mary (original de Leadbelly), que tinha no lado B If I Ever Get My Hands On You. O disco não foi exatamente um sucesso , mas permitiu que os Artwoods fossem  muito requisitados para fazer aparições em programas televisivos como o Ready Steady Go. Reza a lenda que nessa época, eles rivalizavam com os Animals na preferência do público. Em 1965, saíram mais dois singles da banda,  Oh My Love/Big City e Goodbye Sisters/She Knows What To Do, que também foram um verdadeiro fiasco, mas eles continuavam em alta por causa de suas apariçõers nos programas de TV, embora não tenham participado da Invasão Britânica, algo que fez seus rivais os Animals a se tronaram uma das bandas de ponta no evento.

Em 1966, lançaram os singles I Take What I Want/I’m Looking For A Saxophonist (este até qte fez bonito, ficando em 25º nos charts britânicos) e I Feel Good/Molly Anderson’s Cookery Book. Nesse ano saiu o primeiro e único álbum da banda Art Gallery e em seguida, foram dispensados pela Decca. Em 1967, assinaram com a Parlophone (que lançou os Beatles), mas gravaram apenas um single de repercussão pífia, What Shall I Do/In The Deep End. Foram para a Fontana e gravaram um single, Brother Can You Spare A Dime/Al’s Party sob o nome de St. Valentine’s Day Massacre. Mas nessa altura, a banda tinha decretado seu final.

Conclui no próximo post

The Art Wood Combo: Art Wood, Derek Griffiths, Reg Dunnage, Malcolm Pool e Jon Lord (sem o biodão característico!) crédito: http://www.deep-purple.net/tree/artwoods/the-art-wood-combo.html

The Art Wood Combo: Art Wood, Derek Griffiths, Reg Dunnage, Malcolm Pool e Jon Lord (sem o biodão característico!)
crédito: http://www.deep-purple.net/tree/artwoods/the-art-wood-combo.html

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Deep Purple: post bônus

Nos últimos posts, contamos a emocionante saga do Deep Purple. Neste Post Bônus, vamos postar algumas coisas interessantes da história da banda.

Este é um dos registros mais antigos sobre o Roundabout, projeto que acabou dando origem ao Purple. Com Chris Curtis fora da jogada, a Mark I do Purple fez seu dèbut na Bélgica, usando o nome que o batera havia criado.

Cartaz do show da Roundabout
Crédito: blog Purpendicular

Aqui um dos momentos da Mark I na Mansão da Playboy

Nascimento da Mark II (bônus: o álbum Machine Head ao vivo na íntegra aqui)

Mark III tocando Burn no California Jam (bônus: o show na íntegra aqui)

Mark IV tocando You Keep on Moving, carro chefe do álbum Come Taste the Band

A volta da Mark II: Deep Purple junto com um certo Arnold de Liverpool (bônus: clipe de Perfect Strangers aqui)

Mark V: King of Dreams live! (bônus: Mark V e um clássico da Mark III aqui)

Mark II de novo em 1993 tocando o clássico eterno do Purple

Mark VI: Satriani arrebenta no solo de When a Blind Man Cries (bônus: o guitar hero e Leslie West do lendário Mountain mandam ver no opus magnum do Purple aqui)

Mark VII: Steve Morse não deixa nada a dever aos seus predecessores nesse clássico do Purple com intro maravilhosa pelo saudoso Jon Lord

Mark VIII: Don Airey chegando junto e Roger Glover mostrando o porque é baixista do Purple (bônus: Deep Purple Lie at Montreux, 2006 na íntegra aqui)

Fontes:

You Tube

Blog Purpendicular

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Deep Purple, epílogo: a atualidade

Em 2002, depois de 34 anos de existência, o Deep Purple viu partir seu tecladista Jon Lord, um dos arquitetos da rotatória (Roundabout) e o músico que esteve presente em todas formações da banda até aquele ano. Não se demitiu e nem foi demitido. Simplesmente, se aposentou para curtir um merecido descanso. Don Airey, substituto de Lord, um tarimbado músico foi bem acolhido como novo membro da nau púrpura. O fato de ter tocado em duas bandas formadas a partir de dissidências do Purple (Rainbow e Whitesnake) são credenciais para fazer parte da banda. É como se um círculo estivesse se fechando.

Em outubro de 2003 foi lançado Bananas, o álbum de estréia da Mark VIII. Pela primeira vez em sua história, o Deep Purple conta com músicos adicionais em algumas faixas de um disco. São eles: Paul Buckmaster (arranjo de cordas e violoncelo), Beth Hart (vocais de apoio) e Michael Bradford (guitarra), que também compôs algumas músicas junto com a banda. As músicas são assinadas em sua maioria pelo quinteto Gillan, Glover, Morse, Paice & Airey e os destaques são: House of Pain (Gillan, Bradford), Sun Goes Down, Haunted, Picture of Innocence (Gillan, Glover, Lord, Morse & Paice) e Silver Tongue. Seguiu-se mais uma turnê e o Brasil viu o Purple mais uma vez. Nessa volta às terras brasileiras, a banda participou de dois programas da TV Globo, Casseta & Planeta Urgente e Programa do Jô.

Em novembro de 2005, saiu Rapture of the Deep, o último álbum da banda até o momento. Os destaques são a faixa título, Money Talks, Don’t Let Go, Back to Back e Junkyard Blues. Teve um bom desempenho e boa recepção de público e crítica. Veio uma nova turnê mundial que durou uns três anos e o Brasil estava na fita de novo. Corrigindo o erro cometido 20 anos antes ao não participar do Live Aid, o Purple foi uma das atrações do Live 8, um evento promovido pelos mesmos organizadores. Um ano depois, Rapture foi relançado com um CD bônus contendo faixas ao vivo gravadas no Hard Rock Cafe em Londres. De 2006 a 2011, o Purple tem feito turnês como a comemorativa pelos 40 anos de história da banda em 2009, ano em que o bom e velho Jon Lord apresentou o Concerto for Group and Orchestra em sua totalidade na Virada Cultural e eu estuve lá para conferir. Foi o único membro do Purple que vi de perto. Em novembro de 2010, faleceu o incansável empresário e amigo da banda, Tony Edwards, aos 78 anos, que comprou a ideia do Roundabout em 1967 e representou a banda até 1976 .

Em 2011 e 2012, o Purple esteve a todo vapor. No início do ano passado, Glenn Hughes e David Coverdale cogitaram o ressurgimento da Mark III para um evento beneficente. O Brasil recebeu Gillan & Cia. novamente na The Songs That Built Rock Tour. Um novo álbum de estúdio estava sendo cogitado para este ano. Porém, os músicos do Purple e os fãs em geral foram abalados pela notícia da morte do genial tecladista Jon Lord em 16 de julho de 2012. Acabou-se a esperança de ver qualquer uma das formações anteriores do Purple completas .

Cada um dos participantes da rotatória musical tomou seu rumo na vida. Já falei sobre isso nos capítulos ateriores, mas vale a apenas dar uma relembrada. Rod Evans foi punido judicialmente pelo envolvimento no lamentável episódio do Fake Purple os anos 80; Nick Simper tem tocado com sua banda o repertório que consagrou a Mark I; David Coverdale tem mantido o Whitesnake com diversas formações, fez uma bela parceria com Jimmy Page no projeto Coverdale/Page; Glenn Hughes enfim venceu seu vício e se tornou evangélico; Blackmore em sua segunda saída do Purple reformou o Rainbow, decretou seu fim e agora está por aí com sua ótima banda Blackmore’s Night que formou em 1997 junto com a esposa Candice Night; Joe Lynn Turner trabalhou com Glenn Hughes no projeto HTP (Hughes Turner Project); Ian Paice aproveitou uma folguinha no Purple para tocar com ex- Beatle Paul McCartney e o ex-Pink Floyd David Gilmour no disco de paul Run Devil Run e num memorável show no Cavern Club.

Em cerca de 44 anos de história, o Purple acabou se tornando o Roundabout pensado por Chris Curtis em 1967. Foi um entra-e-sai incessante de músicos em torno do baterista, Ian Paice.Com isso, o batera do Purple fica sendo o único membro da banda a ter participado de todas as oito formações do Purple. Enquanto seus músicos tiverem esse prazer em dividir com o público sua musicalidade e sua energia, a banda nunca vai acabar. Agora é aguardar os próximos capítulos desta Purple Saga.

Mark VIII: a encarnação recente do Deep Purple

Fonte:

Wikipedia

Deep Purple Apreciation Society

Agradecimentos:

aos meus amigos e ex-colegas de Past Masters e Purplefans fieis Amaury Silva, Rodolfo Carvalho, Ivan Costadelli, Vagner Alves e também ao blog Purpendicular

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Deep Purple, parte 12: Marks VI e VII e a saída de Jon Lord

Os anos 90 começaram turbulentos para o Purple. Ian Gillan tinha sido despedido em 1989 após constantes embates criativos e pessoais com Ritchie Blackmore, então o líder da banda. Joe Lynn-Turner (ex-Rainbow) foi o escolhido para ser o novo vocalista, fazendo surgir a Mark V. Gravaram um disco, Slaves and Masters, considerado fraco, fizeram uma turnê bem sucedida (que trouxe o Deep Purple pela primeira vez ao Brasil) e um terço da banda (Lord, Glover & Paice), com o apoio da Purple Records colocou Blackmore na parede pedindo a volta de Gillan. Após entendimentos o vocalista da formação clássica voltou e eles gravaram o álbum The Battle Rages On. Blackmore, inconformado com a nova direção musical, se demite.

No fim de 1993, a banda decide chamar para a turnê do Japão o guitarrista virtuoso Joe Satriani, que estava fazendo muito sucesso na cena roqueira com muitos trabalhos instrumentais como o consagrado álbum Surfin’ with the Alien. Satriani também participa de alguns shows em 1994 e é convidado oficialmente a fazer parte do Deep Purple. Satch decline em favor da carreira solo e de um vantajoso contrato com a Sony Music. Seus dias como guitarrista do Purple não conheceram sessões de estúdio e só podem ser encontrados em bootlegs da banda. Mesmo assim, fez acontecer a Mark VI.

Para ocupar a vaga deixada por Blackmore, a banda fechou com o guitarrista Steve Morse (nascido Steven J. Morse no dia 28 de julho em Hamilton, Ohio, EUA), o quarto norte americano a fazer parte do Purple. Steve tinha participado dos Dixie Gregs, Steve Morse Band e Kansas, todas elas com discos gravados. A chegada de Morse veio revitalizar o som do Purple, apesar de muitos Blackmoremaníacos torcerem o nariz para sua atuação. Algo a se elogiar nele é seu bom humor, sua coragem de dar a cara pra bater e não entrar numas de Tommy Bolin (substituto de Blackmore nos anos 70 que se sentia estigmatizado pela sombra de seu predecessor).

Após um lapso de três anos, em 1996, o Purple voltou ao estúdio, contando com sua Mark VII e gravou o álbum Purpendicular (um trocadilho com a palavra “perpendicular, num ângulo reto”), produzido pela própria banda e que contou com uma praxe comum na Mark II, os cinco membros assinaram como coautores das canções. Sendo assim, os destaques do disco são as músicas Vavoom: Ted The Mechanic, The Aviator, Hey Cisco e Purpendicular Waltz. Entre 1996 e 1997, nova turnê mundial, com o Brasil na rota (foram muitos shows em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre e outras cidades paulistas como Santos, Santo André e Vinhedo). O Brasil entrou efetivamente na lista de países que recebem turnês da banda.

Em 1998, saiu o álbum Abandon (outro trocadilho com A Band On ou “banda ligada”), com destaque para Any Fool Kno That, Seventh Heaven e Watchin’ the Sky, além de uma releitura de um clássico da Mark II, Bludsucker (baseada em Bloodsucker de Blackmore, Gillan, Glover, Lord & Paice). Veio outra turnê mundial muito bem sucedida. No ano seguinte, Jon Lord conseguiu, com a ajuda de um fã holandês do Purple, o compositor e musicologista Marco De Goeij, recriar o Concerto For Group and Orchestra, cuja partitura original havia desaparecido em 1970. Pronta, depois de um meticuloso trabalho, a nova versão foi executada no Royal Albert Hall junto com a Orquestra Sinfônica de Londres, sob regência de Paul Mann, marcando o trigésimo aniversário da obra. Fizeram ainda dois concertos no Japão e um no Brasil (junto com a nossa Orquestra Jazz Sinfônica) em 2000 (Via Funchal em São Paulo em 7 e 9 de setembro daquele ano), que contou com a participação especialíssima de Ronnie James Dio. Este foi o último trabalho de Jon Lord com o Deep Purple.

Chegou o século XXI e o Purple viu, novamente, uma era chegar ao fim. Em 2002, Jon Lord decidiu se aposentar das turnês e sair do Purple. Para seu lugar, a banda chamou o competente e veterano tecladista Don Airey (nascido Donald Airey no dia 21 de junho de 1948 em Sunderland, Inglaterra), um velho conhecido da banda, que já havia subsituído Lord que ando ele machucou o joelho e 2001. Além de ter tocado no Rainbow e no Whitesnake, spin offs do Purple te no currículo trabalhos com Black Sabbath, Electric Light Orchestra, Wishbone Ash, Ozzy Osbourne, Michael Schenker Group, Judas Priest e Gary Moore. Airey chegou com as bênçãos de seu predecessor, amigo de longa data. Começava no Purple a Mark VIII

Mark VI: o simpático Joe Satriani posa ao lado do Purple

Conclui no próximo post

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Deep Purple: parte 11: a chegada da Mark V e a Mark II volta a atacar

Ian Gillan e Ritchie Blackmore sempre foram a alma do Deep Purple e no palco, a química perfeita entre seus integrantes, mais os duelos entre voz e guitarra eram as marcas registradas da Mark II. Só que os dois começaram uma relação de amor e ódio que culminou na saída de Gillan em 1973, o restabelecimento da amizade dos dois em 1978, a volta por cima em 1984 e a demissão de Gillan em 1989, embora muitos digam que o Silver Voice foi quem pediu o boné. A Mark II mais uma vez chegava ao fim e o cargo de vocalista estava vago.

Os candidatos ao lugar de Gillan eram muitos e Jimi Jamison do Survivor era o preferido da banda, mas ele recusou o convite para evitar problemas com sua gravadora. Fizeram ainda testes com Brian Howe (White Spirit, Ted Nugent, Bad Company), Doug Pinnick (King’s X), além dos australianos Jimmy Barnes (Cold Chisel) e John Farnham (Little River Band), Terry Brock (Strangeways, Giant) e Norman “Kal” Swann (Tytan, Lion, Bad Moon Rising). A “chefia” (leia-se Blackmore) fechou com o cantor Joe Lynn-Turner (nascido Joseph Arthur Mark Linquito no dia 2 de agosto de 1951 em Hackenshak, Nova Jersey, EUA) segundo norte americano a integrar a banda (depois de Tommy Bolin da Mark IV), que havia sido frontman do Rainbow (1980-1984) e tinha uma boa relação com o guitarrista do Purple. Depois do fim do Rainbow, tentou lançar carreira solo e estava trabalhando na banda Rising Force do guitarrista sueco Yingie Malsmteen quando foi chamado para o posto.

O Deep Purple entrava na década de 90 com uma nova formação, a Mark V e lançou em outubro de 1990 o álbum Slaves and Masters, outra produção de Roger Glover. As músicas eram assinadas em sua maioria pela trinca Blackmore, Glover & Turner (King of Dreams, Truth Hurts) e outras por Blackmore, Glover, Lord, Paice & Turner (The Cut Runs Deep, Fire in the Basement). O disco fez um sucesso bem modesto, chegando até a ocupar o 87º lugar nas paradas Hot 100. Também foi muito criticado pelos fãs, que o chamavam ironicamente de “Deep Rainbow” ou “álbum do Rainbow feito por membros do Purple”.

Contudo, a turnê do disco foi um grande sucesso de público e de arrecadação financeira. A razão do êxito era performance impecável do grupo e a presença de palco de Turner. Além disso, o Purple estava tocando coisas da Mark I (Hush, Hey Joe), Mark III (Burn), o clássico do Rainbow Long Live Rock and Roll (inserida entre os clássicos da Mark II Child in Time e Black Night) e outras músicas antigas que há muito não eram executadas. Foi com essa formação que o Deep Purple aportou em terras brasileiras em 1991, tocando em quatro cidades (São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre). Não existe até o momento registro oficial da performance ao vivo da Mark V.

Com o fim da turnê em 1992 e após críticas cada vez mais ácidas, Lord, Glover e Paice, contando com o respaldo da gravadora Purple Records pressionou Blackmore para que aceitasse a volta de Gillan. O guitarrista aceitou o pedido e após embolsar US$ 250.000 como parte de um acordo, aceitou a dispensa de Turner. Isso em meio às gravações do novo álbum, que contava com a colaboração do vocalista. O bom filho à casa tornou e a Mark II voltou.

Em julho de 1993, resolvida a questão interna e depois da reformulação das músicas constantes das sessões de gravação (colaborações que Turner teria deixado prontas) para os trabalhos com Gillan, o álbum The Battle Rages On foi lançado. Seguia o mesmo esquema do último da Mark II, ou seja, a maioria das músicas do set list constavam assinadas por Blackmore, Glover e Gillan (Lick It Up, Time to Kill), pelo quinteto (a música título e Talk About Love) e o carro-chefe do disco Anya (Blackmore, Gillan, Glover & Lord), que estourou nas rádios dos EUA e do Brasil. Só que Blackmore começou a não gostar da sonoridade não melódica que o Purple estava abraçando. Em novembro, fim de papo: o guitarrista deixou o Purple após uma bem sucedida turnê europeia, sendo substuído pelo guitar hero Joe Satriani (nascido Joseph Satriani em 15 de julho de 1956 em Westbury, Nova York, EUA), terceiro norte americano a bordo, muito inspirado no estilo de Blackmore.

Mark V: chamada pejorativamente de Deep Rainbow

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Deep Purple, parte 10: a volta triunfal da Mark II

Desde o fim do Purple em 1976, os desolados fãs da banda desejavam seu retorno e foram oito anos de boatos, desencontros e incertezas. Vê-los juntos seja no Rainbow (Ritchie Blamore e Roger Glover, onde quase contaram com Ian Gillan) e no Whitesnake (David Coverdale e Jon Lord e durante períodos distintos Roger Glover e Ian Paice) em determinados momentos enchia o coração dos Purplefans de esperança de pelo menos uma reunião amigável.Gillan e Paice estavam em projetos à parte de seus colegas, tendo sido chamado para cantar em outro membro da Santíssima Trindade do Metal, o Black Sabbath, onde gravou o álbum Born Again. Paice estava com a banda de Gary Moore.

Em 1984, a longa espera chegou ao fim quando os membros da formação clássica, a Mark II decidiu esquecer as diferenças e rusgas para voltar com todo o gás. Como dito acima, todos estavam tocando projetos pessoais e acharam atraente uma volta aos bons tempos de Purple, inclusive o arredio e temperamental Ritchie Blackmore, que assumiu a liderança.Pena pro Sabbath, que graças a Gillan tinha voltado ao topo e especulava um novo disco. Só que o coração do cantor bate pela banda que o projetou. Em agosto daquele ano, os cinco músicos voltavam ao estúdio para gravar material inédito, 11 anos após seu último disco juntos, Who Do We Think We Are. O resultado saiu em outubro no álbum Perfect Strangers, com produção de Roger Glover e do Deep Purple. Diferente do primeiro período (1969-1973), o set list tinha músicas assinadas por Blackmore, Glover e Gillan como a faixa título, Knockin’ at Your Back Door, Under the Gun e A Gypsy’s Kiss. Apenas Nobody’s Home tem a assinatura do consagrado quinteto.

Seguiu-se uma bem sucedida turnê que deixou os fãs extasiados ao extremo em ver seus herois de volta à ativa. No dia 14 de dezembro de 1984, na Austrália, eles contaram com uma canja muito especial: o ex-Beatles George Harrison, que subiu ao palco para tocar Lucille (Little Richard). No ano seguinte, na esteira da turnê do álbum a banda tocou num show que contava com os monstros sagrados do metal Scorpions e UFO, além de Meat Loaf num concerto do lendário Knebworth House, que foi palco de outro gigante, o Led Zeppelin nos anos 70. Foi o primeiro grande palco a receber o Purple em seu retorno. Curiosamente, além de classícos da banda, eles tocaram Dufficult to Cure (Blackmore, Glover, Don Airey, uma variação de Ode to Joy da Nona Sinfonia de Beethoven), um cover do Rainbow (ex-banda de Blackmore).

Depois seguiram-se outros shows a aparições em programas de TV. O retorno financeiro foi além do esperado, sendo uma das mais lucrativas turnês da história da banda. A banda foi convidada a participar do Live Aid mas Blackmore não quis. Caso o Purple aceitasse, a Santíssima Trindade do Metal tocaria num mesmo evento, já que o Led e o Sabbath participaram.

No final de 1986, a banda decidiu voltar ao estúdio para a gravação de um novo trabalho. O problema é que as velhas rixas pessoais que marcaram a Mark II nos anos 70 voltaram á tona e as sessões foram marcadas por tensões entre seus membros. Nenhum deles tem boas recordações disso. Gillan disse numa entrevista que embora tivesse boas músicas no disco, a banda parecia um time de futebol desentrosado. Algumas músicas tiveram que ser regravadas. O álbum The House of Blue Light foi lançado em janeiro de 1987 e teve um fraca repercussão, comparado aos trabalhos anteriores do Purple. Os créditos da maioria das músicas continuava com o trio Blackmore, Gillan e Glover como Mad Dog e Hard Lovin’ Woman. Outros destaques são Bad Attitude e Call of the Wild (ambas assinadas por Blackmore, Gillan, Glover e Lord).

A turnês de Perfect Strangers e House of Blue Light geraram o disco ao vivo Nobody’s Perfect, que foi lançado em junho de 1988. Em homenagem aos vinte anos da formação da banda naquele ano, no disco saiu uma faixa gravada em estúdio com o clássico Hush, cantada por Gillan. A música acabou entrando no repertório do Purple nos anos seguintes. Infelizmente, as tensões internas no Purple, bem como as relações pessoais e diferenças musicais entre Gillan e Blackmore culminaram na demissão do vocalista em 1989. A Mark II chegava ao fim mais uma vez.

Perfect Strangers: a volta do Purple em grande estilo

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Deep Purple, parte 9: o hiato

Após oito anos de sua concepção, o Deep Purple chegou ao fim de forma melancólica após um show no Liverpool Empire, depois de ter passado por inúmeras modificações no decorrer dos anos. Mas o que aconteceu com os músicos que fizeram história na banda? Essa pergunta vai ser respondida no decorrer do texto abaixo.

Em 1969, após ser dispensado, Rod Evans fez parte da banda Captain Beyond junto com Rhino Reinhardt (guitarra) e Lee Dorman (ambos ex-Iron Butterfly, embora tenham tocado em formações diferentes) e o batera Bobby Caldwell (ex-Johnny Winter Band). Depois de dois discos, Evans saiu e deixou o show business em 1980 para ser terapeuta pneumológico. Nessa época, empresários desonestos o contataram para que ele fizesse parte de uma formação fake do Deep Purple, que contava com ele nos vocais e os desconhecidos músicos de estúdio Tony Flynn (guitarra), Tom de Rivera (baixo), Geoff Emery (keyboards), and Dick Jurgens III (drums), filho do famoso big band leader Dick Henrey Jurgens, todos com alguma semelhança física com com os membros do Purple. Muitos dos shows acabaram em rumultos homéricos quando o público descobriu que estava sendo engabelado pelos farsantes. Evans foi processado pelos empresários do Purple e teve que desembolsar mais de US$ 600.000 além de ter perdido o direito aos royalties dos discos da Mark I.

Nick Simper, que foi despedido para que Roger Glover entrasse, trabalhou com a cantora Marsha Hunt e formou sua própria banda Warhorse, que contava com Ron Hire (da HEC Enterprises, produtora do Purple) como manager e gravou dois álbuns pela Vertigo Records. Pariticpou de um álbum ao vivo de Screamin’ Lord Sutch, contando com o batera do The Who, Keith Moon tendo reencontrado o ex-colega de Purple, Ritchie Blackmore e eles tocaram juntos, sem ressentimentos. Participou ainda do tributo aos 10 anos da morte do amigo Johnny Kidd, com quem tocou nos anos 60. Findo o contrato com Hire, Simper ainda tocou com aa bandas Fandango, Flying Fox (com o batera original dos Rolling Stones, Carlo Little), Quartemass (com Mick Underwood, que tocou com Ian Gillan no Episode Six e Gillan) e Good Old Boys até se firmar com a banda de apoio The Nasty Habits (sua banda atual), que fez um brilhante show com músicas da primeira formação do Deep Purple, que até hoje percorre os EUA e o Reino Unido.

Ian Gillan, após sua saída do Purple em 1973, curtiu umas merecidas férias e depois tentou emplacar como empresário no ramo de venda de motos e depois na hotelaria. Decidiu parar de “tapar o sol com a peneira” e fez uma participação na Ópera Rock The Butterfly Ball – um projeto teatral e musical que contava com a produção do ex-colega de Gillan no Episode Six e Deep Purple, Roger Glover – ao substituir o então vocalista do Rainbow, Ronnie James Dio. [Curiosamente, o espetáculo já havia contado com David Coverdale e Glenn Hughes, então membros da Mark II]. Após a calorosa acolhida do púlbico que alaudiu de pé sua performance, nosso heroi decidiu voltar, qual filho pródigo à música, formando a Ian Gillan Band. Depois de quatro álbuns, a banda acabou em 1978 e no Natal daquele ano, o vocalista foi chamado pelo ex-colega Blackmore para integrar o Rainbow. Gillan recusou o convite, mas teve a honra de contar com Blackmore numa jam em um show de Natal. Formou, então a banda simplesmente chamada Gillan, que contou com seu amigo e ex-batera da Episode Six, Mick Underwood. Depois de seis discos lançados até 1982, Gillan anunciou que estava se retirando da música novamente para tratamento de suas cordas vocais. Depois de um ano, voltou à ativa, cantando no Black Sabbath, com quem gravou o álbum Born Again.

Roger Glover saiu da banda e foi trabalhar como produtor na gravadora Purple Records, além de ser o contato de todos os integrantes e ex-integrantes que fizeram parte da depois gigantesca árvore genealógica do Deep Purple. Como produtor, ele conseguiu uma enorme repustação, tendo trabalhado com Elf (a banda que acabou se tornando o Rainbow), Judas Priest, Nazareth, Ian Gillan Band e até David Coverdale. Com o ex-vocalista da Mark III, Roger Glover tocou baixo no Whitesnake em 1976/77. Produziu seus dois álbuns solo The Butterfly Ball (baseado na já citada Ópera Rock) e Elements. Em 1979, voltou a tocar baixo no Rainbow, banda do amigo Ritchie Blackmore. Por pouco a banda não contou com um terço da Mark II. Glover ainda produziu em 1983 seu terceiro trabalho solo, Masks.

Blackmore, como já citado, formou o Rainbow em 1975, banda cujas fileiras contaram com músicos tarimbados do Heavy Metal como Ronnie James Dio, Joe Lynn-Turner (vocais), Roger Glover (baixo) e Cozy Powell (bateria).

David Coverdale formou a David Coverdale Band em 1976, depois dos seus bem dois bem sucedidos álbuns solo David Coverdale’s White Snake e Northwinds, onde reuniu a nata de músicos competentes, muitos com ligações com o Deep Purple, como o guitarrista Mel Galley (ex-Trapeze), seus ex-colegas de Purple Jon Lord e Ian Paice (conseguindo ter um terço da mark III numa formação) e até o ex-Purple Mark II Roger Glover particpou nos primórdios. Além disso, comprou uma briga ainda maior com Blackmore ao chamar o batera Cozy Powell para a banda. A partir do terceiro disco, a banda foi batizada Whitesnake, grande sucesso das FM’s nos anos 80 e 90.

Com dito na capítulo anterior, Glen Hughes teve diversos problemas com drogas e tentou em vão retornar ao Trapeze com o amigo Mel Galley. Depois de se desintoxicar fez parte do projeto Phenomena II e integrou o Black Sabbath no albun Seventh Star, antes de cair nas drogas novamente.

Jon Lord e Ian Paice mantiveram a parceria no projeto Ashton, Lord & Paice e no Whitesnake, do ex-colega de Mark III David Coverdale, embora o batera tenha trabalhado com a banda de Gary Moore após sua saída da banda de Coverdale.

Após o fim em 1976, os membros do Purple abraçaram outros projetos

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Deep Purple, parte 8: Mark IV e o fim

Em maio de 1975, a saída de Ritchie Blackmore, a exemplo do que tinha acontecido com o fim da Mark II, quase dois anos antes, deixou o Purple com uma incerteza: encerrar as arividades ou continuar com um novo guitarrista? Blackmore era o que podia se chamar o alicerce inconteste do som e da direção do Deep Purple. Os empresários da banda achavam que o Purple ainda tinha muita lenha pra queimar, apesar da perda significante de seu principal líder. Foi decidido, assim, pela continuidade com um novo músico.

O escolhido para a tarefa foi o guitarrista Tommy Bolin, que havia tocado na famosa James Gang, substituindo ninguém menos do que o talentoso Joe Walsh (que foi tocar no Eagles). Bolin tinha gravado um disco, Spectrum, com o baterista de Jazz Billy Cobham (Mahavishnu Orchestra), que se tornou credencial para sua entrada no Purple. Além disso, ele já tinha feito amizade com Glenn Hughes, após o baixista ter participado da sessões de seu primeiro álbum solo. Ele quebrou um paradigma na banda, sendo o primeiro integrante não britânico do Deep Purple. Quanto à sua entrada, existem dua hipóteses. Coverdale disse que tinha sido o único a defender que Bolin fizesse um teste e o próprio guitarrista disse que sua indicação teria sido recomendada por Blackmore. O fato é que com o novo membro, a Mark IV entrava em nigor e eles começaram a fazer sessões de estúdio para gravação de um novo álbum.

Em outubro de 1975, saiu o álbum Come Taste the Band, cujo título foi uma ideia de Hughes, após beber com o novo colega. O baixista teria dito a Bolin “Come taste the wine, come hear the band” [Tradução do Ed.: venha provar o vinho, venha ouvir a banda]. Na junção das duas frases, nasceu o nome do disco. Ali, a direção funkeada de Stormbringer estava mais presente e o guitarrista foi de grande ajuda para a concepção do trabalho. Os destaques são: Comin’ Home (Coverdale, Bolin, Hughes), Gettin’ Tighter (Bolin, Hughes), Drifter (Coverdale, Bolin) e o clássico You Keep on Movin’ (Coverdale, Hughes). O disco, produzido por Martin Birch, mostrou ter um caminho muito mais comercial que seus predecessores e depois mostrou ser o único registro dessa fase do Purple.

Veio, em seguida, uma turnê da nova formação que mostrou em seu percurso, as duras cobranças feitas pelos fãs da banda, que achavam que Bolin não estava à altura de Blackmore. Essa crítica ferrenha marcou o guitarrista, que se viu às voltas com o mesmo problema de quando substituiu Joe Walsh na James Gang, sentir-se a sombra do predecessor. Fora isso, Bolin começou a ter sérios problemas com o uso de drogas, que atrapalharam sua performance no palco. Isso pode ser sentido em discos ao vivo como o Last Concert in Japan. Hughes também estava no mesmo caminho das drogas e a dupla de viciados estava criando uma crise interna na banda.

Em março de 1976, depois de uma fatídica apresentação do Liverpool Empire, Coverdale desabafa com Lord que mão tinha mais clima para continuar na banda. O tecladista responde que não havia mais uma banda para continuar. Assim, foi decretado o fim do Deep Purple, que ironicamente acabou virando a rotatória musical (Roundabout) prevista por Chris Curtis nos primórdios. Lord e Paice eram os únicos membros da banda que tinham permanecido no barco, a despeito das inúmeras mudanças no line up. Naquele momento, o Purple estava dando seu canto do cisne.

Coverdale foi para a carreira solo e formou o David Coverdale’s White Snake (que depois se tornou o Whitesnake que todos conhecemos). Paice e Lord se uniram ao amigo o tecladista e cantor Tony Ashton no projeto Ashton, Lord & Paice. Glen Hughes após tentar uma reunião com sua antiga banda, o Trapeze e amargar umas bad trips, resolveu se desintoxicar e ficou uns anos fora de cena. O pior aconteceu com o talentoso e genial Tommy Bolin. Após gravar seu segundo e derradeiro disco solo, Private Eyes, ele foi encontrado morto, aos 25 anos de idade, no dia 4 de dezembro de 1976. Causa mortis: intoxicação com drogas. Uma era no Rock chegava assim a um trágico e triste final.

Mark IV: um início promissor e um fim trágico

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Deep Purple, parte 7: mudanças drásticas

A Mark III despontou em 1974 e agradou a muitos dos fãs do Purple, embora não tivesse o peso do line up anterior, que figurou no Guiness Book como a banda com o som mais alto do planeta. Glen Hughes fechou com a banda ainda durante o “aviso prévio” de Gillan e Glover. Já David Coverdale foi aprovado após exaustiva audição com diversos candidatos. O disco Burn foi um grande sucesso e o novo Purple fez inúmeros apresentações, uma delas no Madison Square Garden em Nova York, EUA. Em abril de 1974, a banda participou do famoso festival California Jam, num episódio que entrou para o folclore do Rock.

O California Jam, festival com duração de 12 horas contínuas, assistido por 250.000 pessoas, teve como atrações, além do Purple como headliner, grandes nomes do Rock como Emerson, Lake & Palmer, Eagles, Black Sabbath, Black Oak Arkansas, Seals & Croft, Rare Earth e Earth, Wind & Fire. Blackmore ficou fulo da vida quando soube que a banda estava escalada para tocar à tarde e que haveriam muitas câmeras no palco. Ele recusou-se a tocar e se fechou no camarim. A banda, em contrapartida, deu-lhe uma “sova” daquelas e ele teve que se apresentar a contragosto. Como se não bastasse isso, o diretor de filmagem do festival Josh White ainda perguntou a ele se ele iria quebrar sua guitarra na apresentação e que se o fizesse privilegiasse a câmera. Num dado momento do show, o temperamental guitarrista acertou uma câmera com seu instrumento, quebrando-a e ainda explodiu um amplificador. A cena em que acontece isso, além do “salto de banda” de Blackmore na hora da explosão, ficou no imaginário da iconografia do Rock.

Em novembro daquele ano, a banda lançou o álbum Stormbringer. A unidade móvel dos Rolling Stones saiu de cena e eles gravaram o material do disco num estúdio em Munique, Alemanha. As pitadas de funky do disco anterior se tornaram muito mais aparentes nesse novo trabalho em músicas como a faixa título (Blackmore, Coverdale), Lady Double Dealer (Blackmore, Coverdale), The Holy Man (Coverdale, Hughes, Lord) e a bela balada Soldier of Fortune (Blackmore, Coverdale). Blackmore não gostou nem um pouco da sonoridade que a banda estava assumindo, mas ficou na dele por um tempo.

As tensões internas, no entanto, começaram a ser sentidas. Hughes e Blackmore começaram a se estranhar, pois o guitarrista teria dito ao baixista que se ele (Hughes) ficasse no seu lado (Blackmore) do palco, ia quebrar a guitarra em sua cabeça. A partir de então, começaram a se evitar. Outro problema crescente era que no estúdio, Hughes se continha ao cantar sua parte mas no palco, soltava o gogó para fazer Coverdale sumir em alguns momentos. Isso pode ser sentido no disco ao vivo Made In Europe, gravado durante um show em abril de 1975, lamçado um ano depois. O baixista praticamente “engole” o vocalista com sua voz cheia de Soul e seus gritos estridentes.

No palco, a Mark III era mais energética do que no estúdio. Nos shows, costumavam fazer enormes improvisos instrumentais na hora do solo. Cortesia de Blackmore, Lord e Paice. Hughes cantava coisas como Georgia on My Mind de Ray Charles e Coverdale rasgava o verbo cantando sua Mistreated. Isso sem contar na frenética versão do line up para o velho clássico Smoke on the Water, onde Hughes e Coverdale alternavam os vocais. (c0nforme pode ser conferido em discos ao vivo da banda como Live In London).

Blackmore deixou o Purple tão logo terminou a turnê de Stormbringer e sua saída marcou o fim de uma era. Na verdade, ele já estava preparando seu vôo solo à revelia da banda. Ele fazia shows com a banda norte americana Elf, que ele e o ex-baixista Roger Glover conheceram ainda na época da Mark II. Gostaram do som deles e produziram um disco da banda, liderada pelo vocalista Ronnie James Dio, que ainda ia dar muito o que falar no futuro. Eles chegaram até a fzaer abertura para os shows do Purple nos EUA. O Elf se converteu na primeiríssima formação do Rainbow, outra banda que marcou época na história do Rock. Já o Purple, decidiu continuar em frente, chamando o guitarrista norte americano Tommy Bolin (nascido Thomas Richard Bolin no dia 1º de agosto de 1951 em Miami, Florida, EUA). Começava assim a Mark IV.

Mark III: momento de tensão no California Jam

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