Em 1985, os Titãs gravaram o segundo álbum Televisão, que apesar de ter alguns clássicos da banda, teve fraca vendagem. Nesse ano, Arnaldo Antunes e Tony Bellotto foram presos por porte e tráfico e heroína. O guitarrista foi liberado logo e o vocalista ficou um mês preso, fazendo com que a banda desmarcasse diversos shows. Chegaram até a pensar em acabar com a banda, mas decidiram continuar em frente, contando com a produção de Liminha (ex-Mutantes). Vieram então os álbuns Cabeça Dinossauro (1986) e Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas (1987) de orientação mais pesada, que colocaram os Titãs na crista da onda.
Em 1988, os Titãs fizeram shows no Brasil e no exterior e lançaram seu primeiro álbum ao vivo Go Back. Os Titãs fizeram uma memorável apresentação no festival Hollywood Rock (cuja segunda edição aconteceu mais de uma década após a anterior, de 1975) ao lado de expoentes do Rock Brasil como Paralamas do Sucesso, Ira! e Ultraje a Rigor, além de Lulu Santos e Marina Lima ao lado de feras internacionais como Pretenders, Simply Red, Robert Palmer, Duran Duran, Simple Minds e UB-40.
Em 1989, veio O Blesq Blom, o ápice da parceria dos Titãs com o produtor Liminha. O som mais pesado dos dois anteriores ficou em segundo plano para que a banda fizesse alguns experimentalismos. Uma das músicas do disco, Miséria (Antunes, Miklos, Britto) contou com a participação do casal de repentistas nordestinos Mauro e Quitéria, descoberto pela banda numa praia em Recife, PE. O próprio nome do disco foi sugerido por Mauro e segundo ele, significava “os primeiros homens que andaram sobre a terra”. Destacam-se também Flores (Gavin, Miklos, Britto e Bellotto), O Pulso (Antunes, Fromer, Bellotto) e 32 Dentes (Mello, Fromer, Britto). O disco vendeu 400.000 cópiaas e a banda levou mais um Disco de Ouro.
Depois de passares o ano de 1990 tocando em turnês e em programas de TV, os Titãs voltaram ao estúdio em 1991 para gravar o álbum Tudo ao Mesmo Tempo Agora, uma volta à sonoridade de Cabeça Dinossauro e Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas. O produtor Liminha foi dispensado, depois de três álbuns arrasadores e a banda cuidou da produção do disco. Destacam-se Uma Coisa de cada Vez (Antunes), Isso pra Mim é Perfume (Reis) e a escatológica Saia de Mim (outra do Arnaldo). Apesar do vigor do som sujo da Cena de Seattle, o momento era de crise na indústria fonográfica brasileira e o Rock por aqui também estava em baixa. O disco foi um verdadeiro fracasso em vendas (150.000 cópias) e foi massacrado pela crítica. Apesdar disso, os shows da banda iam de vento em popa.
Em 1992, os Titãs fizeram um tour-de-force com os Paralamas do Sucesso e participaram na nova edição do Hollywood Rock, que também contou com Lulu Santos, Cidade Negra, Barão Vermelho e as atrações internacionais Living Colour, EMF, Extreme e Skid Row. Essa apresentação conjunta dos dois terços da Trindade do Rock Brasil aconteceu em outros shows na forma de jam sessions ocorridas nas respectivas turnês das bandas. No final do ano, em meio às sessões de um novo álbum veio a bomba: Arnaldo Antunes, um dos fundadores dos Titãs saiu da banda alegando que queria centrar forças em seis projetos individuais. Os Titãs viraram um septeto.
Em 1993, saiu Titanomaquia, que contou com a produção do conhecido Jack Endino (que trabalhou com as bandas do Som de Seattle), com uma sonoridade muito mais pesada que a de costume. O nome do álbum (Guerra dos Titãs) trata de um episódio da Mitologia Grega quando os Titãs, deuses ancestrais, declararam guerra a Zeus, o senhor do Olimpo. Destacam-se as faixas Será que é Isso que Eu Necessito (Britto), com vocais praticamente “vomitados” por Sérgio Britto; Disneylândia (Antunes, Britto, Miklos), Hereditário (Antunes, Bellotto, Reis) e Felizes são os Peixes (Mello, Britto). As vendas também foram modestas, mas a crítica pegou leve e elogiou o disco.
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