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Rock Brasil Review: Titãs, parte 3

Em 1985, os Titãs gravaram o segundo álbum Televisão, que apesar de ter alguns clássicos da banda, teve fraca vendagem. Nesse ano, Arnaldo Antunes e Tony Bellotto foram presos por porte e tráfico e heroína. O guitarrista foi liberado logo e o vocalista ficou um mês preso, fazendo com que a banda desmarcasse diversos shows. Chegaram até a pensar em acabar com a banda, mas decidiram continuar em frente, contando com a produção de Liminha (ex-Mutantes). Vieram então os álbuns Cabeça Dinossauro (1986) e Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas (1987) de orientação mais pesada, que colocaram os Titãs na crista da onda.

Em 1988, os Titãs fizeram shows no Brasil e no exterior e lançaram seu primeiro álbum ao vivo Go Back. Os Titãs fizeram uma memorável apresentação no festival Hollywood Rock (cuja segunda edição aconteceu mais de uma década após a anterior, de 1975) ao lado de expoentes do Rock Brasil como Paralamas do Sucesso, Ira! e Ultraje a Rigor, além de Lulu Santos e Marina Lima ao lado de feras internacionais como Pretenders, Simply Red, Robert Palmer, Duran Duran, Simple Minds e UB-40.

Em 1989, veio O Blesq Blom, o ápice da parceria dos Titãs com o produtor Liminha. O som mais pesado dos dois anteriores ficou em segundo plano para que a banda fizesse alguns experimentalismos. Uma das músicas do disco, Miséria (Antunes, Miklos, Britto) contou com a participação do casal de repentistas nordestinos Mauro e Quitéria, descoberto pela banda numa praia em Recife, PE. O próprio nome do disco foi sugerido por Mauro e segundo ele, significava “os primeiros homens que andaram sobre a terra”. Destacam-se também Flores (Gavin, Miklos, Britto e Bellotto), O Pulso (Antunes, Fromer, Bellotto) e 32 Dentes (Mello, Fromer, Britto). O disco vendeu 400.000 cópiaas e a banda levou mais um Disco de Ouro.

Depois de passares o ano de 1990 tocando em turnês e em programas de TV, os Titãs voltaram ao estúdio em 1991 para gravar o álbum Tudo ao Mesmo Tempo Agora, uma volta à sonoridade de Cabeça Dinossauro e Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas. O produtor Liminha foi dispensado, depois de três álbuns arrasadores e a banda cuidou da produção do disco. Destacam-se Uma Coisa de cada Vez (Antunes), Isso pra Mim é Perfume (Reis) e a escatológica Saia de Mim (outra do Arnaldo). Apesar do vigor do som sujo da Cena de Seattle, o momento era de crise na indústria fonográfica brasileira e o Rock por aqui também estava em baixa. O disco foi um verdadeiro fracasso em vendas (150.000 cópias) e foi massacrado pela crítica. Apesdar disso, os shows da banda iam de vento em popa.

Em 1992, os Titãs fizeram um tour-de-force com os Paralamas do Sucesso e participaram na nova edição do Hollywood Rock, que também contou com Lulu Santos, Cidade Negra, Barão Vermelho e as atrações internacionais Living Colour, EMF, Extreme e Skid Row. Essa apresentação conjunta dos dois terços da Trindade do Rock Brasil aconteceu em outros shows na forma de jam sessions ocorridas nas respectivas turnês das bandas. No final do ano, em meio às sessões de um novo álbum veio a bomba: Arnaldo Antunes, um dos fundadores dos Titãs saiu da banda alegando que queria centrar forças em seis projetos individuais. Os Titãs viraram um septeto.

Em 1993, saiu Titanomaquia, que contou com a produção do conhecido Jack Endino (que trabalhou com as bandas do Som de Seattle), com uma sonoridade muito mais pesada que a de costume. O nome do álbum (Guerra dos Titãs) trata de um episódio da Mitologia Grega quando os Titãs, deuses ancestrais, declararam guerra a Zeus, o senhor do Olimpo. Destacam-se as faixas Será que é Isso que Eu Necessito (Britto), com vocais praticamente “vomitados” por Sérgio Britto; Disneylândia (Antunes, Britto, Miklos), Hereditário (Antunes, Bellotto, Reis) e Felizes são os Peixes (Mello, Britto). As vendas também foram modestas, mas a crítica pegou leve e elogiou o disco.

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Rock Brasil Review: Titãs, parte 2

Alguns estudantes do Colégio Equipe, que tinham projetos musicais próprios resolveram se unir para formar um grupo de Rock atípico com 9 integrantes (seis deles vocalistas). A banda, chamada de Os Titãs do Iê-Iê começou a tocar no cirtcuito alternativo em 1982 e dois anos depois assinou contrato com a gravadora WEA. Nesse ínterim, um dos vocalistas, Ciro Pessoa, deixou a banda, que decidiu se firmar como um octeto e dimimuir o nome para Titãs, simplesmente, gravando seu primeiro álbum, auto intitulado. O batera André Jung saiu e foi substituído por Charles Gavin.

Em 1985, saiu o segundo álbum dos Titãs, Televisão, com a produção de Lulu Santos, que também tocou guitarra em algumas faixas. Escolher Lulu (ex-Vímana) era uma estrategia da banda para granjear o repspeito do público carioca que execrou o primeiro álbum. A realização do álbum foi tensa pois aconteciam atritos entre o produtor e a banda. O competente Leo Gandelman tocou sax em algumas músicas. A faixa título (Antunes, Fromer, Belotto), verdadeiro clássico titânico, faz uma deliciosa homenagem ao comediante Ronald Golias e seu personagem mais marcante, o Pacífico com seu bordão “Ô Cride!Fala pra Mãe” . Também fazem parte do disco as músicas Insensível (Britto), Não vou me Adaptar (Antunes) e Pra Dizer Adeus (Reis, Belotto), outros hits obrigatórios da banda. O disco foi outra bola fora em termos de vendas (25.000 cópias). Não foi dessa vez que a banda emplacou nas paradas.

Nesse ano, aconteceu um episódio marcante na banda. Tony Bellotto e Arnaldo Antunes foram presos por porte e tráfico de heroína. O guitarrista foi liberado logo mas o cantor e compositor ficou um mês em cana, o que fez com que vários shows fossem desmarcados. Além disso, a banda perdeu a aura de “inocência” que tinha junto à mídia e seus membro chagaram a cogitar o fim dos Titãs. Mas os bravos músicos não se deixaram abater. Voltaram ao estúdio contando com a produção de Liminha (ex-baixista que fez parte dos Mutantes). Só que uma declaração de Branco Mello, dizendo que os discos produzidos por Liminha eram sempre uns parecidos com os outros, quase colocou tudo a perder.

Em 1986, decidiram mudar a estética da banda, adotando uma sonoridade mais pesada, o que ficou refletido no álbum Cabeça Dinossauro, produzido por Liminha, Pena Schmidt e Vítor Farias. Além do hit irreverente Homem Primata (Fromer, Reis, Britto), e do Punk Rock da faixa título (Antunes, Mello, Miklos), Polícia (Bellotto) e AA UU (Britto, Fromer), também mandaram ver no Funk em Bichos Escrotos (Antunes, Britto, Reis) e Estado Violência (primeira composição de Charles Gavin para a banda), além de criticar a religião em Igreja (Nando Reis). Essa última causou um embate dentro da banda entre Arnaldo, que acreditava em Deus e na religião e Nando Reis, abertamente ateu. Nos shows da banda, na hora em que tocavam essa faixa, Antunes se retirava do palco num protesto silencioso. Nessas alturas, o produtor Liminha era considerado o 9º Titã, pela pericipação em shows da banda.

No início, as rádios e as emissoras de TV se recusavam a divulgar o disco por seu tom agressivo e o começo da turnê com repepção fria fazia cerer que disco seria uma “bomba” no pior sentido da palavra. Porém, a coisa começou a mudar de figura e a banda começou a atrair público com suas performances pesadas, o que passou a refeltir na vendagem do álbum (500.000 cópias vendidas). Os veículos de mídia reviram sua posição e lá estavam os oito titânicos mostrando suas músicas ao público. Os Titãs passaram a ser uma das bandas favoritas do emergente Rock Brasil.

Em 1987, saiu o quarto disco da banda, Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas, usando a mesma estética do anterior. A produção fiocu por conta de Liminha que também tocou baixo e sintetizador em alfumas faixas. Alé, da extensa faixa-título (Fromer, Reis), destacam-se outros clássicos da banda: Comida (Antunes, Fromer, Britto), Diversão (Reis, Britto), Desordem (Gavin, Fromer, Britto), Nome aos Bois (Antunes, Fromer, Reis, Bellotto) e Lugar Nenhum (Antunes, Gavin, Fromer, Britto, Bellotto). Foi outro grande sucesso de público e crítica, tendo vendido 400.000 cópias. A turnê do álbum foi igualmente concorrida.

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Televisão: o segundo álbum dos Titãs crédito: http://www.qualquermusica.com/site/images/albums/titas-85.jpg

Televisão: o segundo álbum dos Titãs
crédito: http://www.qualquermusica.com/site/images/albums/titas-85.jpg

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Rock Brasil Review: Titãs, parte 1

Para fechar a sensacional trinca de bandas expoentes do Rock Brasil (Paralamas aqui, Legião aqui), vamos falar sobre uma banda que em seus primórdios contava com nove músicos (hoje é um quarteto) e que foi a linha de frente da cena roqueira de São Paulo. Seu som é bastante eclético (do Pop ao Punk) e no ano passado chegou aos 30 anos e é reverenciada pela nova geração do século XXI. Com vocês Os Titãs!

Toda a Saga Titânica teve início quando alguns estudantes do Colégio Equipe resolveram formar uma confraria musical. cada um deles tinha um projeto musical: Os cantores Arnaldo Antunes (nascido Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho no dia 2 de setembro de 1962 em São Paulo, SP, Brasil) e Paulo Miklos (nascido Paulo Roberto de Sousa Miklos no dia 21 de janeiro de 1959 em São Paulo, SP, Brasil) faziam parte da banda Performática; o baixista Nando Reis (nascido José Fernando Gomes dos Reis no dia 12 de janeiro de 1963 em São Paulo, SP, Brasil) era percussionista da banda Sossega Leão; o cantor Branco Mello (nascido Joaquim Cláudio Correia Mello Junior no dia 16 de março de 1962 em São Paulo, SP, Brasil) e os guitarristas Marcelo Fromer (nascido no dia 3 de dezembro de 1961 em São Paulo, SP, Brasil) e Tony Bellotto (nascido Antonio Carlos Liberalli Bellotto no dia 27 de março de 1960) tinham formado o Trio Mamão e as Mamonetes; O cantor Sérgio Britto (nascido Sérgio Britto Álvares Afonso no dia 18 de setembro de 1959 no Rio de Janeiro, RJ, Brasil) era um velho conhecido de Marcelo Fromer e a dupla foi cantar no Chacrinha (foram buzinados pelo Velho Guerreiro ao tentarem cantar Eu Também Quero Beijar de Pepeu Gomes.

O ano era 1982 e essa “tchurma” ainda contou com o poeta e cantor Ciro Pessoa (nascido Ciro Pessoa Mendes Corrêa no dia 12 de junho de 1957 em São Paulo, SP, Brasil) e o batera Andre Jung (nascido André Jungmann Pinto no dia 12 de maio de 1961 em Recife, PE, Brasil). Este último tocava com Nando no Sossega Leão. Numa inusitada formação, o noneto – que tinha 6 vocalistas e alguns deles se alternavam nos instrumentos – ensaiava e entabulava suas apresentações. Estavam lá 9 homens e um destino: o estrelato. O nome escolhido para aquele batalhão de músicos foi o pomposo Titãs do Iê-Iê. No dia 28 de setembro de 1982, a trupe fez seu début no Sesc Pompéia. Aí foram 2 anos de apresentações no circuito alternativo de Sampa. A gravadora WEA se interessou na banda e então eles foram contratados.

Em 1984, passaram por algumas mudanças internas. Uma delas foi a saída do poeta Ciro Pessoa que não quis que a banda entrasse no mainstream. Outra foi a diminuição do nome da namda para apenas Titãs. Segundo reza  a lenda, em muitos lugares que se apresentavam, o nome original causava confusão com Iê-Iê-Iê (movimento musical que acabou fazendo surgir a Jovem Guarda no Brasil). Nesse mesmo ano, os Titãs gravaram, seu primeiro álbum, auto-intitulado, que contou com a produção de Pena Schmidt. contaram com alguns músicos de estúdio competentes: Alberto Marsicano (cítara), Eduardo Souto Neto (arranjos e regência de metais), George FreireProveta e Baldo (sax), Gil e Nono (trompetes), e Ivan (trombone).

No disco está o primeiríssimo hit da banda, Sonífera Ilha ((Branco Mello, Carlos Barmack, Ciro Pessoa, Marcelo Fromer, Tony Bellotto), que tomou de assalto as rádios do paós e vários programas de TV como Discoteca do Chacrinha e Raul Gil. Esse foi um dos singles extraídos do álbum. Outras músicas de destaque: o clássico titânico Marvin, versão em português de Nando e Sérgio Britto para Patches (General Norman Johnson, Ronald Dunbar), um sucesso da banda de Soul Chairmen of Board; Go Back (outro clássico da banda que Sérgio Britto escreveu baseado num poema de Torquato Neto, grande nome da contracultura brasileira e A Balada de John e Yoko, uma versão para o clássico dos Beatles The Ballad of John & Yoko (Lennon & McCartney). Apesar da boa divulgação, o disco foi fraco em vendas (50 mil cópias).

No final de 1984, houve outra mudança no line up da banda. Os Titãs andavam desocntentes com André Jung e após um showm decidiram chutá-lo da banda. Para o lugar do batera foi chamado Charles Gavin (nascido Charles de Souza Gavin no dia 9 de julho de 1960 em São Paulo, SP, Brasil), que havia atuado no Ira! e depois formou o RPM. Por coincidência (dessas muito comuns na história do Rock and Roll), Jung foi chamado pelo Ira! (ex-banda de Gavin) e fez parte da formação clássica dessa banda conterrânea dos Titãs.

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Uma das primeirs fotos dos Titãs, ainda contando com Andre Jung e Ciro Pessoa na formação
Foto: Luiz Novaes/Folha Imagem

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Rock Brasil Review: Legião Urbana, parte 3

Em 1985, foi lançado o primeiro álbum, Legião Urbana, cuja canção Será? foi um grande hit naquele ano. Em 1986, saiu o segundo álbum, Dois, um álbum com verve mais lírica e Folk do que o primeiro e que colocou a Legião na crista da onda. Em 1987, veio Que País é Este 1978-1987, com algumas músicas que Renato Russo tocava quando era membro do Aborto Elétrico. Em 1988, veio o desastroso e tumultuado show no estádio Mané Garrincha em Brasília, marcando a última vez em que a Legião tocou em sua terra natal. Em 1989, em meio ás gravações de As Quatro Estações, o baixista Renato Rocha brigou com o batera Marcelo Bonfá e deixou a banda, que decidiu prosseguir como trio.

Após o lançamento do álbum, a Legião continuou fazendo turnês e aparições em programas televisivos. Alguns músicos de apoio foram contratados para acompanhar a banda: Fred Nascimento (Violão, guitarra rítmica), Bruno Araújo (baixo) e o produtor musical Mu Carvalho (teclados). Fizeram um memorável show no Jockey Club do Rio de Janeiro no dia 7 de julho de 1990, mesmo dia em que o cantor e compositor Cazuza faleceu. Ao saberem do ocorrido, os legionários ficaram muito tristes e dedicaram a apresentação ao Poeta do Rock Brasil. O show antológico que eles fizeram no estádio do Palestra Itália em Sampa naquele ano, que contou com a presença de 100 mil pessoas, foi registrado e lançado anos depois com o nome As Quatro Estações Ao Vivo.

Em 1991, foi lançado o álbum V (cinco em algarismo romano), com produção de Mayrton Bahia e Legião Urbana, o primeiro da banda que não foi gravado nos estúdios da EMI. Sua asessõe tiveram lugar no Estúdio Mega no Rio. É uma disco mais melancólico que seus predecessores, onde a banda faz uma critica à crise econômica no Brasil no começo da década de 90 e também uma forma de Renato desabafar sobre seus problemas com dependência química. Destacam-se as faixas Teatro dos Vampiros (uma crítica à TV brasileira), a lírica e bela Vento no Litoral [N. do ed.: música que tocou no dia em que meu filho nasceu], Metal Contra as Nuvens (que desbancou Faroeste Caboclo como a músca mais longa da banda), Sereníssima e O Mundo Anda Complicado. Renato considerava o disco o Pornography (álbum do The Cure) da Legião. A turnê do disco foi a mais curta da carreira da banda, devido a problemas de Renato com o alcoolismo. Foi nesse ano que o cantor descobriu que estava com AIDS, embora nunca tivesse assumido essa condição publicamente.

Em 1992, a banda chega ao seu décimo aniversário participando de uma edição do Acústico MTV. O vídeo do programa só foi lançado em 1999 e algumas músicas figuraram na coletânea Música para Acampamentos, lançada naquele ano. Esse disco tem ainda músicas que a Legião tocou em seu shows no Palestra Itália e no Morro da Urca em 1990 e gravações que eles fizeram na Rádio Transamérica em 1988 e 1992. Dentre as faixas está a inédita A Canção do Senhor da Guerra (usada num especial da Rede Globo), uma versão da banda para Gimme Shelter dos Rolling Stones, um pout-pourri com Soldados (Renato, Marcelo),  Blues da Piedade, Faz Parte Do Meu Show  (do falecido Cazuzae Nascente (Flávio Venturini), um trecho de Stand By Me (música de Ben E. King que fez muito sucesso com John Lennon) interligado com Pais e Filhos (do disco As Quatro Estações) e A Montanha Mágica (do álbum V), tendo com temas incidentais You’ve Lost tha Lovin’ Feeling (Righteous Brothers), Jealous Guy (John Lennon) e Ticket to Ride (Beatles), terminando com um trecho de Rhapsody in Blue de George Gershwin.

Em 1993, foi lançado o álbum O Descobrimento do Brasil, outra produção de Mayrton e da Legião com uma atmosfera mais otimista, por conta do tratamento pelo qual Renato estava fazendo contra a dependência química. Destacam-se as faixas Vinte e Nove (Renato), Perfeição (Dado, Renato e Marcelo), Giz (que Renato considera sua obra prima) e a faixa que dá nome ao disco (Marcelo, Renato). Embora tenha tido vendagens excelentes (meio milhão de cópias vendidas) e tenha recebido certificado de platina, muitos críticos malharam veementemente o álbum, o que deixou Renato contrariado. Sendo portador do Mal do Século XX, a partir desse ano, Renato passou a evitar a imprensa para não falar sobre sua condição de soropositivo. Apenas amigos muito íntimos e pessoas da família sabiam pelo que o cantor estava passando.

Em 1994, Renato levou a cabo um projeto individual, algo que fomentava desde os primórdios da Legião. Gravou o álbum The Stonewall Celebration Concert, todo em inglês com composições de outros autores. O nome do disco é uma homenagem do cantor à Rebelião de Stonewall, uma série de  protestos por parte de gays e lésbicas norte americanos que aconteceram em Nova York em 1969, que resultaram em violenta repressão por parte da polícia. É um dos eventos precursores das passeatas do Orgulho Gay ocorridas décadas depois. Parte dos royalties foi revertida em prol da Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, causa criada pelo sociólogo Betinho. Destacam-se as músicas Cherish (um sucesso da cantora Madonna) e Miss Celie’s Blues (Quincy Jones, Rod Temperton, Lionel Richie), o tema principal do filme A Cor Púrpura (dirigido por Steven Spielberg e estrelado por Whoopi Goldberg).

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Rock Brasil Review: Legião Urbana, parte 2

Renato Russo, egresso do Aborto Elétrico, após uma fase atuando como o Trovador Solitário, conheceu o baterista Marcelo Bonfá e junto com ele formou a Legião Urbana em 1982, cuja proposta era contar com uma formação flutuante em torno da dupla. Em seus primeiros shows contaram com Paulo Paulista (teclados) e Eduardo Paraná (guitarra). Depois veio Ico Ouro Preto que ficou até o início de 1983 e acabou sendo substituído por Dado Villa-Lobos. Nesse meio tempo, Renato mudou o direcionamento da banda, que passou a ter uma formação fixa. Graças a uma força do amigo Herbert Vianna, a Legião fez um um show antológico no Circo Voador no Rio de Janeiro e chamou a atenção da gravadora EMI, com que assinou contrato. Em 1984, o baixista Renato Rocha foi recrutado para a banda depois que Renato Russo tentou cortar os pulsos.

Em 1985, saiu o primeiro álbum da Legião, autointitulado, que contou com a produção primorosa de Mayrton Bahia. De cara, a banda manda ver em seus grandes clássicos: Será? (Dado, Renato, Marcelo), música que foi o primeiro hit nacional da Legião; Ainda É Cedo (Dado, Renato, Marcelo e Ico Ouro Preto), que foi gravada pela cantora Marina; Geração Coca Cola (Renato), composição que fazia parte do repertório do Aborto Elétrico e Por Enquanto (Renato), da época em que Renato atuava como o Trovador Solitário. A paritr do primeiro traabalho, todos os discos tinham as frases “Urbana Legio Omnia Vincit” (“A Legião Urbana a tudo vence”) e “Ouça no Volume Máximo”. O disco foi muito bem sucedido e tocou bastante nas rádios. O engraçado é que muita gente na época pensava que o cantor Jerry Adriani tinha gravado Será?, graças á semelhança do timbre de voz que Renato tinha com o ídolo da Jovem Guarda [este que vos escreve também foi “enganado” por essa similaridade da voz do bardo da legião e a voz romântica da JG].

Em 1986, foi lançado o segundo álbum, Dois, também sob a batuta de Mayrton Bahia. A ideia era lançar um álbum duplo que teria o nome Mitologia e Intuição, mas a gravadora não quis bancar esse projeto. Diferente do anterior que tem uma verve Punk muito forte, esse disco é mais lítico e Folk, também rechado de clássicos legionários como Daniel na Cova dos Leões (R. Rocha, R. Russo), Quase sem Querer (Dado, Renato, Marcelo), Eduardo e Mônica, Música Urbana 2 (para diferenciar de Música Urbana dos colegas de cena Capital Inicial), a bela e romântica Andrea Doria, Fábrica (o momento mais Punk do álbum), Índios (uma critica pungente) e Tempo Perdido, todas de Renato [N. do ed.: foi minha iniciação no interesse pela Legião]. Foram vendidas mais de 1,2 milhões de cópias, fazendo o disco ser o segundo mais rentável trabalho da banda. O álbum colocou a Legião no Olimpo do Rock Brasil e eles foram angariando milhares de fãs Brasil afora.

Em 1987, saiu o álbum Que País é Este 1978-1987, outra produção de Mayrton Bahia. Diante do sucesso do disco anterior, a gravadora pressionou a banda para a gravação de um novo trabalho. Só que não houve tempo hábil de compor material novo e o jeito foi incluir composições que Renato tinha escrito na época do Aborto Elétrico como Conexão Amazônica (Renato, Fê Lemos), Química (música que Renato havia escrito para os Paralamas do Sucesso) e Que País é Este?, verdadeiro clássico do Rock Brasil. também coisas da fase Trovador Solitário como Tédio (Com um T Bem Grande pra Você), Eu Sei e o épico de nove minutos Faroeste Caboclo (segundo Renato, esta era sua Hurricane, clássico do bardo Bob Dylan). Apenas duas músicas foram compostas depois do álbum Dois: Angra dos Reis (Marcelo, R. Russo, R. Rocha) e Mais do Mesmo (Dado, Russo, Rocha e Bonfá), que seria o nome do álbum. Algumas músicas do disco invadiram as rádios brasileiras e outras foram censuradas: Conexão Amazônica pela temática referente ao tráfico de drogas e Faroeste Caboclo por causa dos palavrões.

Em 1988, por conta das altas vendagens dos dois discos, as turnês da legião tornaram-se muito concorridas e sempre aconteciam tumultos nos lugares por onde a banda passava. Isso causava desconforto entre as autoridades locais e estresse para o músicos que não suportavam tanto assédio. O clímax dessa tensçao toda aconteceu no dis 18 de junho daquele ano quando a banda se apresentou no estádio Mané Garrincha em sua terra natal. Cerca de 50 mil pessoas que ficaram do lado de fora entraram no estádio e aí o caos se instaurou: violência policial, discursos inflamados, coquetéis molotov atirados, e um sujeito acabou invadindo o palco para agarrar violentamente o vocalista. A apresentação foi suspensa, houve mais quebra-quebra e o saldo final do pandemônio foi de cinquenta pessoas presas e mais de trezentos feridos. Por causa desse furdunço, a turnê foi cancelada. A partir de então, a banda começou a centrar suas atividades em estúdio.

Em 1989, a banda começou a gravar seu mais novo álbum, que foi lançado com o nome As Quatro Estações. Em meio ás sessões, o baixista Renato Rocha se desentendeu com o batera Marcelo Bonfá e deixou a Legião. Renato e Dado tiveram que gravar algumas linhas de baixo devido à partida de Negrete. O disco, que teve a produção de Mayrton Bahia é uma verdadeira coletânea de clássicos da banda (e por tabela do Rock Brasil), todos escritos pelo trio Renato/Dado/Marcelo: Há Tempos, Pais e Filhos (escrita por ocasião do nascimento do único filho de Renato, Giuliano), Quando o Sol Bater na janela do Teu Quarto (onde Renato conta a história de uma amiga sua que se suicidou), Eu Era Um Lobisomem Juvenil, 1965 (Duas Tribos), contundente crítica á tortura praticada no infame Regime Militar; Monte Castelo (uma das mais belas canções brasileiras de todos os tempos, que mistura trechos da Primeira Carta aos Coríntios capítulo 13 ao Soneto nº 11 do poeta português Luiz Vaz de Camões) e Sete Cidades (outro momento de lirismo do grupo), além de Maurício e Meninos e Meninas, duas músicas onde Renato escancara ao mundo sua bissexualidade. Esse foi o álbum mais vendido da história da banda (1,7 milhão de cópias).

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Rock Brasil Review: Paralamas do Sucesso, parte 3

Em 1985, a participação dos Paralamas do Sucesso no Rock and Rio foi a consagração da banda, seguida de uma bem sucedida turnê. Em 1986, foi lançado Selvagem?, outro álbum que é considerado um clássico dos Paralamas e do Rock Brasil. Em 1987, a banda participou do consagrado Festival de Jazz de Montreux, onde contaram com o “quarto Paralama”, o tecladista João Fera. O show se tornou D, o primeiro álbum ao vivo da banda, que depois fez uma turnê pelos países da América do Sul. Em 1988, saiu o álbum Bora Bora, onde a banda aderiu a um som mais cheio com a inclusão de um competente naipe de metais. Em 1989, lançaram Big Bang, que coroou os Paralamas como uma das bandas da década de 80.

Em 1990, foi lançada a primeira coletânea da banda, Arquivo, que além de mostrar a carreira dos Paralamas desde Cinema Mudo, contém a inédita Caleidoscópio (H. Vianna), que havia sido gravada originalmente por Dulce Quental (ex-Sempre Livre) e uma nova versão de Vital e Sua Moto. Em 1991, a banda começou a embarcar an onda do experimentalismo, o que se tornou visível no álbum Os Grãos, produção de LiminhaCarlos Savalla e Teabag V, com faixas como Trac Trac (Fito Páez), Tendo a Lua, Ah, Maria!, Sábado  (todas de H. Vianna) e a faixa título (Demétrio Bezerra, H. Vianna), o disco teve vendas pífias e foi massacrado pela crítica, sendo considerado a primeira bola fora dos Paralamas. Em 1992, saiu o primeiro álbum solo de Herbert Vianna, Ê Batumaré.

Em 1994, após um hiato de quase três anos sem gravar, a banda voltou ao estúdio para lançar Severino, uma produção do inglês Phil Manzanera (ex-guitarrista do Roxy Music que produziu David Gilmour e John Cale) com um som mais regionalista voltado para o Nordeste (daí o nome). Destaque para Varal (H. Vianna), El Vampiro Bajo en Sol (H. Vianna, Fito Páez), que contou com a especialíssima participação de Brian May (guitarrista do Queen), Dos Margaritas (H. Vianna, Bi Ribeiro) O Rio Severino (H. Vianna). Na versão em CD há um cover dos Titãs, Go Back (Sérgio Britto, Torquato Neto – versão Martim Cardoso).Novamente, os fãs da banda não entenderam a proposta e o disco foi outra “bomba” na carreira dos Paralamas. Na Argentina e nos países hispânicos, porém, onde foi lançado com o nome Dos Margaritas, o disco teve uma ótima recepção e críticas favoráveis. 

Em 1995, embora o disco tivesse sido um fiasco, a turnê de Severino teve uma ótima repercussão, o que fez com que fosse gravado o segundo disco ao vivo dos Paralamas, Vamo Batê Lata. Repleto de músicas conhecidas da banda, algumas faixas trazem citações de outras músicas conhecidas. Meu Erro contou com um trecho de Soul Sacrifice (Santana), Rio Severino fez uma citação do clássico Paraíba de Luiz Gonzaga e Você contou com um trechinho de Gostava Tanto de Você, outro sucesso do grande Tim Maia.

Junto com o disco, foi lançado um EP com as faixas Uma Brasileira (H. Vianna, Carlinhos Brown), homenagem à esposa de Herbert, a inglesa Lucy Needham Vianna, àquela altura “uma brasileira” de fato, que conta com pariticpação do grande cantor e compositor Djavan nos vocais; Saber Amar, a politizada e controversa Luís Inácio (300 Picaretas) metendo o pau no famigerado caso dos anões do orçamento e Esta tarde (todas assinadas por Herbert ). Nesse disquinho, João Fera não atuou,pois Herbert tocou os teclados em todas as faixas. Esse EP acabou sendo um grande sucesso comercial, trazendo os Paralamas de volta à crista da onda.

Em 1996, saiu Nove Luas, álbum que marcou a volta do estilo que consagrou os Paralamas, com músicas fáceis e de apelo popular como Loirinha Bombril, La Bella Luna e Busca Vida. Foi um dos disco mais vendidos do ano e um grande êxito da história da banda. Em 1997, saiu o segundo disco solo de Herbert Santorini Blues e em 1998, os PdS lançaram o álbum Hey Na Na , produzido por Chico Neves, que mistura a sonoridade popular do álbum anterior e o exotismo de Severino só fez aumentar ainda mais o sucesso dos Paralamas [desculpem o trocadilho…] com destaque para os clássicos paralâmicos Ela Disse Adeus e O Amor Não Sabe Esperar. Para se ter uma ideia do êxito, o disco vendeu em uma semana (250.000 cópias) o que Nove Luas vendeu em um mês.

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Rock Brasil Review: Paralamas do Sucesso, parte 2

Herbert Vianna e Bi Ribeiro chamaram o batera Vital Dias e formaram uma banda em 1977, que durou uns dois anos. Em 1981, com dois vocalistas como frontmen, retomaram o projeto, ao qual batizaram Paralamas do Sucesso. No ano seguinte, adotaram a estética de power trio e dispensaram os cantores. Um cano de Vital num show importante da banda possibilitou a entrada de João Barone, que após algum tempo como “reserva” se tornou batera oficiala após a saída de Vital. A banda enviou algumas demos à Rádio Fluminense e acabou chamando a atenção da gravadora EMI, com que assunaram seu primeiro contrato em 1983 e gravaram seu primeiro álbum Cinema  Mudo. No ano seguinte, saiu O Passo do Lui, que acabou proporcionando o estouro nacional da banda.

Em 1985, os Paralamas continuaram colhendo os frutos do Exito do disco e foram uma das bandas de destaque do Rock in Rio em 1985, grande evento que contou com os gigantes do Rock internacional AC/DC, Queen, Iron Maiden, Whitesnake, Scorpions, Rod Stewart, James Taylor e Ozzy Osbourne e pelos brasileiros Barão Vermelho, Ivan Lins e Pepeu Gomes. A banda foi considerada a grande sensação dentre as atrações nacionais do festival. Depois do RiR, seguiu-se uma bem sucedida turnê pelo país.

Em 1986, saiu o terceiro álbum dos Paralamas, Selvagem?, com produção do consagrado Liminha (que fez parte dos Mutantes e se tornou um dos mais tarimbados produtores do Brasil). Esse disco é um dos mais politizados dos PdS e na maioria composto pela banda (música) e Herbert (letras). Aqui, a banda contou com participação especial de Gilberto Gil, que coescreveu “A Novidade” e fez vocais de apoio em “Alagados”. Destacam-se também os clássicos “Você” (cover do Soulman Tim Maia) e a bem humorada “Melô do Marinheiro” (Bi Ribeiro, João Barone), que faz uma bela homenagem à grande sambista Clementina de Jesus e sua eterna “Marinheiro Só”. Em meio à explosão do Rock Brasil, os paralamas se tornaram a linha de frente daquela cena roqueira. Embora fosse uma unanimidade, a banda tinha seus críticos. O bom e velho Raul Seixas era um deles. Reza a lenda que Raulzito os chamava pejorativamente de “Os Para-choques do Fracasso”.

Em 1987, o Paralamas era uma banda de sucesso no país e chamou a atenção de Claude Nobs, organizador do famoso Festival de Jazz de Montreux, um dos principais eventos musicais da Europa que acabou convidando-os para a edição daquele ano. A novidade nesse antológico show foi a presença de uma quarto elemento na banda. João Fera, um músico de primeira foi recrutado para fazer os teclados. Também contaram com a participação especial de George Israel do Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens (banda de sua então namorada Paula Toller) para tocar sax em SkaO set list era formado de vários clássicos dos Paralamas mais as inéditas Será que Vai Chover?” (H. Vianna) e Charles Anjo 45″ (cover de Jorge Ben). Essa apresentação acabou virando D, o quarto disco da banda e seu primeiro ao vivo. Uma versão em estúdio de “Será que Vai Chover?” entrou como faixa bônus no disco. Depois de Montreux, seguiu-se uma turnê de sucesso pela América do Sul.

Em 1988, a banda voltou para o estúdio e lançou seu quinto álbum (o quarto em estúdio) Bora Bora, gravado em Londres e produzido pelos Paralamas e Carlos Savalla. É o primeiro disco que contém um enérgico naipe de metais que contou com as feras Mattos Nascimento (trombone), Humberto Araújo (sax) e Don Harris (trompete). Também conta com as participações de George Israel (sax), Charly García (piano) e Peter Metro (toast). No disco, destacam-se “O Beco” (Herbert, Bi), com sua corrosiva crítica social, a introspectiva “Quase um Segundo” (Herbert), influenciada pelo fim do romance do vocalista do PdS com Paula Toller e a vibrante música que dá nome ao disco (Herbert). O disco foi um grande sucesso de público e crítica.

Em 1989, eles lançaram Big Bang, produzido também por Carlos Savalla e Paralamas, seguiu a mesma tendência do anterior com detsaque para os clássicos “paralâmicos” “Lanterna dos Afogados” (H. Vianna) e “Perplexo” (Paralamas do Sucesso), além de “Dos Restos” (Liminha, H. Vianna), “Bang Bang” (Herbert Vianna) e “Cachorro na Feira” (Paralamas do Sucesso). o disco foi outro sucesso de público e crítica, consolidando o Paralamas como uma das principais bandas brasileiras nos anos 80.

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1989: cosnolidando o sucesso com o álbum Big Bang crédito: http://sataclamametal.blogspot.com.br/2013/03/os-paralamas-do-sucesso-big-bang.html

1989: consolidando o sucesso com o álbum Big Bang
crédito: http://sataclamametal.blogspot.com.br/2013/03/os-paralamas-do-sucesso-big-bang.html

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RIP: Grandes nomes da música que se foram, parte 1

David Craighead, organista norte americano, nascido no dia 24 de janeiro de 1924 em Strasburg, Pennsylvania, EUA. Começou seus estudos com Alexander McCurdy no Instituto de Musica Curtis na Philadelphia. Recebeu bacharelado em música em 1946 e começou a lecionar música em 1955 na Eastman School of Musica, onde também era um dos diretores da divisão de órgãos do departamento de teclados daquela instiuição, cargos que exerceu até se aposentar em 1992. No decorrer de sua carreira, gravou músicas de grandes compositores eruditos como Johann Sebastian Bach, Pierre du Mage, César Franck, Felix Mendelssohn, Olivier Messiaen, Samuel Adler, Paul Cooper, Lou Harrison, William Albright, Vincent Persichetti, Max Reger e Louis Vierne. Faleceu no dia 26 de março de 2012 aos 88 anos.

James T. Wells, guitarrista e compositor televisivo norte americano, nascido no dia 23 de outubro de 1941 na ilha de Bermuda, território norte americano do Golfo do México. Sua família se mudou para o continente quando ele era bem pequeno. Ele estudou em Northside Higher e se formou em Wesminster em 1959. Seu fascínio por música fez com que apresndesse guitarra. Coemçou a trabalhar em 1964, escrevendo jingles. Sua primeira composição mais famosa foi para um comercial de anel de diamentes da Meyer & Berkley. Em 1967 criou seu estúdio e casou-se com sua colaboradora e alma gêmea Janet Meshad. Escreveu o tema WKRP in Cincinatti e não demorou muito para ser um dos mais requisitados compositores de trilhas sonoras e comerciais. Tocou em bandas como Wild Hots e Tommy George & The Fabulous 50’s.Faleceu no dia 26 de março aos 70 anos.

Ademilde Fonseca Delfino, cantora brasileira, nascida no dia 4 de março de 1921 em São Gonçalo do Amarante, RN, Brasil. Saiu de sua terra natal e foi tentar a vida no Rio de Janeiro. Viveu a Era de Ouro do rádio brasileiro em sua plenitude, atuando como cantora. Diz-se que ela foi a inventora do choro cantado e sua voz encantava multidões. Teve uma ótima trajetória fonográfica e gravou seu primeiro disco em 1942. Foi a primeira cantora nordestina a invesitr no estilo. Também foi uma das pioneiras da TV brasileira, tendo trabalhado mais de 10 anos na Tupi. Cheia de vida, Ademilde nunca parou de cantar e fez inúmeras aparições públicas recentemente, apesar do delicado estado de saúde. Fez parte de um grupo chamado As Cantoras do Rádio. Faleceu no dia 27 de março de 2012 aos 91 anos recém completados no início do mês.

Gian Franco Pagliaro, cantor italiano, nascido no dia 26 de julho de 1941 em Nápoles, Itália. Começou a cantar em sua  cidade natal e aos 15 anos mudou-se para a Argentina, onde acabou se radicando e onde conheceu a fama. Ele se dizia “argentino com coração italiano”. Em seu novo lar, tornou-se conhecido por musicar poemas de Neruda, Marti e Guillén, além de compor suas próprias poesias. Seu grande sucesso foi Chau Amore Chau de 1967. Trabalhou com artistas de diferentes naipes da música argentina como Silvio Rodríguez, Joan Manuel Serrat, Alberto Cortez, Leonardo Favio, Víctor Heredia, Sandro, Violeta Parra, Víctor Jara e Facundo Cabral. Era um dos mais respeitados cantores de sua geração, conquistando também os mais jovens. Faleceu no dia 27 de março de 2012 aos 70 anos.

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RIP: Grandes nomes da música que se foram, parte 2

Jalal Zolfonun, músico especializado em setar (uma espécie de alaúde), compositor e professor de música iraniano, nasceu no dia 22 de setembro de 1937 em Abadeh, Irã. Começou a tocar ainda criança, sob a orientação do pai e do irmão mais velho. Aos 13, entrou para a Escola Nacional de Música Iraniana, onde aprendeu teoria, composição e técnicam tendo como professores Ruhollah Khaleqi e Musa Khan Marufi. Ele escolheu se aprofundar em tocar o setar, embora o instrumento não fosse levado a sério na época. Paralelamente, aprendeu violino. Em 1967, começou a estudar na Universidade de Teerã para concluir o estudos de setar, tendo como orientadores os mestres Noor Ali Boroumand and Daryoush Saffat. Escreveu muitos livros sobre prática do instrumento. Faleceu no dia 18 de março de 2012 aos 74 anos.

Johnny McCauley, cantor e compositor irlandês, nascido no dia 23 de abril de 1925 em Fahan, Condado de Donegal, Irlanda. Mudou-se para Londres, Inglaterra aos 28 anos. Lá formou seu primeiro grupo The Westernaires. Johnny sempre teve fascínio pelo Country norte americano e começou a escrever composições nesse estilo, gravando-as no estídoo de seu próprio selo fonográfico, Denver Records. Formou então o Johnny McCauley Trio, que fez inúmeras excursões por Londres e cercanias. Não demorou para que ele fosse um nome conhecido e muitos cantores irlandeses começaram a gravar suas músicas. O que diferenciava suas canções do Country convencional era uma levada mais irlandesa a partir das letras. A um mês de chegar aos seus 87 anos, Johnny faleceu no dia 22 de março de 2012.

Chico Anísio, comediante, ator, comentarista esportivo e compositor brasileiro, nascido Francisco Anísio de Oliveira Paula Filho em Maranguape, CE, Brasil. Chico dispensa quaisquer apresentações quando o quesito é atuação e humor. Se os EUA tiveram WC Fields, o México teve Cantinflas, nós sempre teremos o querido comediante-mor Chico Anysio. Vamos falara mais do envolvimento dele com a música. Quando já era um humorista renomado, Chico participou do lendário programa Noite de Gala, em 1957. Nesse ano, ele compôs sua primeira música, o Hino ao Músico, com parceria de Dorival Silva e Nanci Vanderley. Esta acabou se tornando tema de todos os programas que fez nos anos seguintes. Quase dez anos depois, compôs Rancho da Praça Onze (junto com João Roberto Kelly) e A Família (ao lado de Ary Toledo). Nos anos 70, fez uma dupla com Arnauld Rodrigues num quadro do programa Chico City chamado Baiano e os Novos Caetanos, uma paródia aos Novos Baianos, um grupo musical emergente à época. A graça fez tanto sucesso que chegaram a gravar alguns discos com destaque para A Perereca e a polêmica Vô Batê Pá Tú. Chico faleceu no dia 23 de março de 2012 aos 80 anos, deixando um grande legado.

Chico e Arnaud Rodrigues: uma sátira aos Novos Baianos

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RIP: Grandes nomes da Música que se foram, finale

Andy “Muzukuru” Brown, guitarrista zimbabuano, nascido no dia 15 de março de 1962 em Mberengwa, Zimbabwe (quando o país ainda era um domínio do Reino Unido conhecido como Rodésia). Construiu um banjo quando tinha apenas 6 anos e apesar de passar a infância ajudando a mãe a cuidar de bois e cabras, seu negócio era a música mesmo. O seu apelido “Muzukuru” (algo como “netinho”) vem desde a mais tenra idade. Aprendeu a tocar violão e já crescido foi à luta, tornando-se um dos grandes representantes da música zimbauana. Pouco antes de completar 50 anos, Andy estava fazendo uma viagem pela Suiça, quando voltou para casa acometido de uma pneumonia. Acabou falecendo um dia depois de seu natalício no dia 16 de março de 2012.

Dieter Zechlin, pianista alemão, nascido em 30 de outubro de 1926 em Goslar, Alemanha. Tendo passado quase a vida toda no lado oriental da Alemanha, quando o país foi dividido em dois pelo infame Muro de Berlim, Dieter tocava piano e se tornou um dos principais nomes da música da República Democrática Alemã, sendo laureado com muitoas honrarias e prêmios por sua atuação nos anos 50 e 60. Foi presidente da Academia de Musica e Artes da Alemanha Oriental até 1990, quando aconteceu a reunificação do país. Faleceu no dia 16 de março de 2012 aos 85 anos.

Jorge Goulart, cantor brasileiro, nascido em 16 de janeiro de 1926 no Rio de Janeiro. Jorge começou a carreira em plena Fase Áurea da Música Popular Brasileira e seu primeiro grande sucesso como intérprete foi Xangô (Ari Barroso e Fernando Lobo). Foi uma das grandes estrelas da toda poderosa Rádio Nacional. Grande divulgador do samba de grandes compositores cariocas, Jorge era puxador das escolas de samba Império Serrano, Imperatriz Leopoldinense e Unidos de Vila Isabel. Muito famoso por interpretar marchinhas de carnaval inesquecíveis como Ó Abre Alas e Cabeleira do Zezé. Foi o primeiro a interpretar o clássico A Voz do Morro de autoria de Zé Ketti. Viúvo há muitos anos, ele veio a falecer no dia 17 de março de 2012 aos 86 anos.

Fontes:

Wikipedia

http://au.news.yahoo.com/thewest/a/-/world/13160836/doobie-brothers-drummer-dies-of-cancer-at-age-65/

http://www.gmanetwork.com/news/story/251239/lifestyle/people/pinoy-rock-legend-karl-roy-dies-at-43

http://www.legacy.com/obituaries/pjstar/obituary.aspx?n=edward-milton&pid=156522479

http://nehandaradio.com/2012/03/17/r-i-p-andy-muzukuru-brown-1962-2012/

http://www.focus.de/kultur/kunst/musik-pianist-dieter-zechlin-gestorben_aid_725771.html

http://entretenimento.r7.com/musica/noticias/morre-joao-goulart-cantor-de-marchinhas-como-abre-alas-e-cabeleira-do-zeze-20120318.html

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