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Beatles Saga: Perdas e Ganhos

Para ler o capitulo anterior, clique aqui.

John não deu pinta de que ficou impressionado com Paul. Ele sabia tocar uma de suas músicas favoritas (Twenty Flight Rock) e ainda conseguia afinar sua guitarra. Aquilo seria um achado e tanto para qualquer banda de Skiffle na cidade. Mas o que chamou a atenção do jovem líder dos Quarrymen era que o novo amigo tinha a capacidade de compor material próprio. Cogitou com o amigo Pete se deviam chamar Paul para a banda e os dois concordaram que isso seria muito bom. Pete encontrou Paul andando de bicicleta nos arredores de Woolton e fez-lhe o convite formal. Paul aceitou e se juntou à banda algumas semanas depois de acampar com a família.

Logo de cara, a banda pegou músicas que eles nunca imaginaram que um dia tocariam como Bye Bye Love (Every Brothers) e All Shook Up (Elvis). Com a banda entrando cada vez mais na onda do Rock, deixando os números Skiffle em segundo plano, Rod Davis começou a sentir que seu banjo não faria mais falta. Sendo assim, saiu da banda sem nenhum rancor.

A estreia de Paul como Quarryman aconteceu no dia 18 de outubro de 1957. Nesse show, os Quarrymen usaram terninhos em tom pastel com gravata em laço. Contudo, o que parecia ser um dèbut triunfal mostrou ser quase uma catástrofe: Paul errou os solos, o que deixou John ressabiado. Os outros Quarrymen acharam que John ia arrancar a pele do novato, mas o líder desatou a rir do infortúnio do colega comentando que ele quase se borrou todo. Paul começou a atuar com status de líder nos Quarrymen, o que teria irritado os colegas que foram reclamar com John, que deu de ombros. Ele começou a fazer lobby para que seu colega de Liverpool Institute, George Harrison, fosse aceito nos Quarrymen. John resistia aos apelos de Paul porque George ainda era um moleque de 14 anos.

Em março de 1958, o jovem guitarrista fez um teste para banda no Morgue Skiffle Hall, um clube de propriedade de Allan Caldwell, vocalista de uma das bandas de Skiffle da cidade, The Tornadoes. Ele tocou Guitar Boogie Shuffle de Bert Weedon, mas não convenceu John. Paul não se deu por vencido e tentou mais uma vez vender seu peixe. No fundo do ônibus que pegaram pra casa, George tocou Raunchy de Bill Justis. Não teve jeito: John finalemente deu o braço a torcer e George era admitido como um Quarryman. Mas a questão era: o que fazer com quatro guitarristas numa banda [o quarto era Eric Griffiths]?

A saída de Len Garry após ser diagnosticado com meningite tubercular acabou sendo o “gancho” que John precisava para resolver o impasse: Eric compraria um baixo elétrico, enquanto John, Paul e George tocariam as guitarras. Só que Griffiths reparou que os três estavam se dando bem nos instrumentos. Ele acabou decidindo deixar a banda e se alistou na Marinha britânica. Isso acabou sendo de grande valia para os Quarrymen pois Eric conseguia comprar alguns discos americanos com facilidade. John e Paul começaram a sua legendária parceria, compondo coisas como Hello Little Girl [essa foi a primeira composição de John], One After 909 e I’ll Follow the Sun. Eles tocavam seus números próprios intercalados com os clássicos do Rock do repertório.

Paul chamou um colega de escola, John “Duff” Lowe, que tocava piano, para a banda. No dia 12 de julho de 1958, foi com essa formação, sem baixista, que os Quarrymen foram ao estúdio caseiro de Percy Phillips para gravaram um acetato de demonstração. Ficou decidido que a banda gravarai para o lado A o clássico de Buddy Holly That’ll be the Day (que curiosamente foi a primeira música que John aprendeu). Para o outro lado eles ainda não tinham pensado numa música e pediram ao dono do estúdio para ensaiarem algo e voltarem outro dia, o que foi prontamente recusado. Paul sugeriu uma música que ele e

George haviam composto em parceria, In Spite of All the Danger. Mesmo que Colin Hanton e Duff Lowe nunca tivessem tocado essa juntos, foram seguindo os três colegas de frente. Saíram de lá com seu primeiro registro fonográfico debaixo do braço, que acabou sumindo durante 22 anos.

No dia 15 de julho, uns três dias depois dos Quarrymen terem gravado seu acetato, a tragédia se abateu sobre John mais uma vez: a querida mãe Julia, sua grande incentivadora morreu atropelada a algumas quadras de casa de Tia Mimi por um motorista bêbado que aparentemente nunca pagou pelo crime. Durante algum tempo, John perdeu o interesse na banda. Duff não podia estar com eles em tempo integral e logo desligou-se dos Quarrymen. A banda tocou no casamento de Peter Harrison, irmão de George em 20 de dezembro de 1958.

Paralelamente à saga dos Quarrymen, Ringo continuava atuando na Eddie Clayton Skiffle Band, que tinha no currículo o feito de ter tocado três vezes no Cavern Club, principal reduto jazzístico da cidade (que mais tarde seria o principal point dos Beatles)

Fontes:

Wikipedia

Ensaio As Origens do Beatles por Andre McKenna

http://www.beatlesource.com/savage/main.html

A estréia de Paul nos Quarrymen crédito: http://glitterking.com/images/The-Quarrymen.jpg

A estréia de Paul nos Quarrymen
crédito: http://glitterking.com/images/The-Quarrymen.jpg

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Mersey Beat Review: Swinging Blue Jeans, parte 2

Em 1957, Bruce McCaskill (vocais e guitarra) e Spud Ward (contrabaixo) formaram uma banda de Jazz chamada The Blue Genes, marcada pela constante mudança em sua formação. Ray Ennis (guitarra líder, vocais), Ralph Ellis (guitarra rítmica, vocais), Les Braid (baixo) e Norman Kuhlke (bateria) mais o banjista Tommy Hughes tornaram-se membros mais regulares. Em 1959, McCaskill e Hughes saóram e foram substituídos por John E. Carter e Paul Moss. O primeiro ficou até 1961 e os remanescentes decifitam se manter como quinteto. Em 1962, após tentarem emplacar em Hamburgo sem êxito, a banda mudou a direção e o nome para The Swinging Blue Jeans. Em 1963, assinaram com a HMV Records, gravando seu primeiro single e com a saída do banjista Moss, decidiram continuar como quarteto.

Ainda no ano de 1963, os Swinging Blue Jeans lançaram seu segundo single Do You Know/Angie, que não chegou a emplacar como o anterior. Em seguida, veio o terceiro single seguido, Hippy Hippy Shake/Now I Must Go. A primeira, um cover do rocker chicano Chan Romero e a segunda uma composição de Ray Ennis. Curiosidade: os primeiros a tocar essa música em território britânico foram os Beatles, através do DJ Bob Wooler, em seus programas da BBC. O disco foi um grande sucesso, ficando em segundo lugar nos charts do Reino Unido e aparecendo em 24º nas paradas dos EUA. a partir desse momento, a bandas começou a ficar conhecida em todo o país.

Em 1964, saiu o quarto single, Good Golly Miss Molly (clássico de Little Richard)/ Shakin’ Feelin’ e eles ficaram em 11º lugar na parada britânica e em 24º nos charts norte americanos. Começaram a aparecer em vários programas de televisão da Inglaterra e fizeram turnês através do Reino Unido e Europa, junto com a nata de Liverpool, The Beatles, Gerry & The Pacemakers, The Searchers e The Merseybeats. Também foram uma das principais bandas da Invasão Britãnica aos EUA. O quinto single, You’re No Good (Clint Ballard Jr.)/Don’t You Worry About Me foi outro grande sucesso, ficando com o terceiro posto no Reino Unido. Nesse ano, a banda gravou seu primeiro álbum, Hippy Hippy Shake, que ficou em 90º lugar na parada dos EUA. O disco é em sua maioria, uma compilação dos singles já lançados pelos SBJ.

No mesmo ano, vieram  os single Promise You Tell Her/It’s So Right e It Is’nt There/One of These Days e o segundo álbum Blue Jeans A Singing. Neste álbum a banda faz covers sensacionais de Ol’ Man Mose (Louis Armstrong), que teve uma versão em português, A História de um Homem Mau, interpretada por Roberto Carlos; Save the Last Dance for Me (Drifters), Long Tall Sally (Little Richard), It’s All Over Now (Bobby Womack, Rolling Stones) e Around and Around (Chuck Berry).

Em 1965, a banda lança dos singles  Make Me Know You’re Mine/I’ve Got a GirlCrazy Bout My Baby/Good Lovin’, mas nessa altura, o Mersey Beat já tinha perdido a força e as bandas daquela cena tiveram que optar por seguir a tendência corrente ou terminar. Em 1966, saiu o single Don’t Make Me Over (Bacharach, David)/What Can I Do Today que chegou ao 31º lugar nas paradas britânicas. Ralph Ellis, o guitarrista, cantor e um dos principais compositores dos Swinging Blue Jeans deixou a banda e foi substituído por Terry Sylvester (nascido no dia 8 de aneiro de 1947 em Allerton, Liverpool, Inglaterra), que atuava na banda The Escorts. No mesmo ano, foram lançados o singles Sandy/I’m Gonna Have YouRumours, Gossip, Words Untrue/Now the Summer’s Gone.

Em 1967, o produtor dos SBJ Walter Ridley tentou alavancar a carreira solo do líder Ray Ennis, chamando vários músicos de estúdio e as cantoras Kiki Dee (que se tornaria protegida de Elton John e faria um relativo sucesso nos anos 70) e Madeline Bell (famosa cantora de Soul britânica que tinha feito parte dos Bradford Singers, lançando um singleTremblin /Something’s Coming Along, que acabou sendo lançado com o nome dos Swinging Blue Jeans. A banda volou a ser um quinteto com a entrada do baixista Mike Gregory (nascido Michael Gregory no dia 7 de novembro de 1946 em Liverpool, Inglaterra), que também fora membro do The Escorts. Por conta desse acréscimo no line up, Les Braid (o baixista anterior) assumiu os teclados.

Conclui no próximo post

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Mersey Beat Review: Swinging Blue Jeans, parte 1

Como os Beatles, eles também tiveram suas origens ligadas ao Skiffle que explodiu no norte da Inglaterra, mas não tiveram os auspícios de Brian Epstein como empresário. Embora tenham registrado alguns singles em sucedidos, lançaram apenas dois álbuns, mas continuaram se apresentando de maneira ininterrupta até os dias de hoje, após inúmeras alterações em seu line up. Com vocês, The Swinging Blue Jeans.

Corria o ano de 1956 e a molecada alvoroçada de Liverpool, influenciada pelo cantor e banjista Lonnie Donegan, foi formando suas bandas de Skiffle. Foi com esse objetivo em mente que, em 1957,  o guitarrista e cantor Bruce McCaskill (nascido em 15 de janeiro de 1940 em Liverpool, Inglaterra) chamou o contrabaixista Spud Ward (nascido em 2 de novembro de 1940 em Walton, Liverpool, Inglaterra), o vocalista e guitarrista líder Kenneth Metcalf, o guitarrista rítmico Arthur Griffiths e o quase “xará” do guitarrista, Ken Metcalfe (washboard) completando a banda. Ward sugeriu o nome The Blue Genes, inspirado em Gene Vincent & His Blue Caps. No início, foi pensado The Bluejeans, mas descobriram que já havia uma banda com esse nome. 

Spud acabou saindo para reforçar a banda Al Caldwell’s Tornadoes (mais tarde Rory Storm & The Hurricanes) e foi substituído por Jimmy HudsonAconteceram mais algumas mudanças na formação: saíram Metcalf, Metcalfe e Griffiths para as entradas de Ray Ennis (nascido Raymond Vincent Ennis no dia 26 de maio de 1940 e, Huyton, Liverpool, Inglaterra), o batera Norman Kuhlke (nascido no dia 17 de junho de 1942 em Liverpool, Inglaterra) e o guitarrista Ralph Ellis (nascido no dia 8 de março de 1942 em Liverpool, Inglaterra), além do banjista Tommy Hughes, chamado para reforçar o time.

Spud Ward voltou  durante um curto período e acabou indo para a banda Ralph Walters and the Dusty Road Ramblers. Les Braid (nascido no dia 15 de stembro de 1937 em West Derby, Liverpool, Inglaterra) assumiu o posto. No ano seguinte, o vocalista principal McCaskill se desentendeu com a banda e deixou os Blue Genes, seguido por Tommy Hughes, que decidiu sair para servir ao exército. Para as funções vagas, foram chamados o cantor John E. Carter (nascido no dia 21 de maio de 1938 em Liverpool, Inglaterra) e Paul Moss. A banda optou por um repertório mais calcado em Jazz, fazendo shows em clubes do gênero em Liverpool e cercanias.

Em 1961, Carter deixou a banda e se mudou para o Canadá. Os Blue Genes não chamaram um substituto e os guitarristas Ennis e Ellis assumiram os vocais principais, convertendo a banda num quinteto. No ano seguinte, seguiram o caminho que outras bandas conterrâneas seguiram: foram tentar a sorte em Hamburgo, Alemanha. Por seguirem uma linha diferenciada das bandas que haviam se dado bem em Hamburgo, o S Blue Benes foram hosutilizados pelo púlico e teriam encerrado a banda naquele momento, se não tivessem mudado de estilo e foco. Decidiram abraçar o Rock and Roll e mudaram o nome da banda para Swinging Blue Jeans.

Em 1963, graças ao estouro do Beatles, e cena do rio Mersey começou a ser notada e as bandas de Liverpool e Manchester começaram a fazer as coisas acontecerem, encontrando seu espaço. Os Swinging Blue Jeans foram notados por Walter Ridley, um produtor da HMV Records, onde assinaram seu primeiro contrato fonográfico. Gravaram seu primeiro single It’s Too late Now/Think of Me, que chegou ao Top 40 das paradas britãnicas. O banjista Paul Moss resolveu sair e a banda optou por seguir a formação de seus conterrâneos, os Fab 4, estabilizando-se como um quarteto.

Continua no próximo post

Blue Genes: os primórdios dos SBJ crédito: Nick Crouch

Blue Genes (1957): os primórdios dos SBJ
foto: Nick Crouch

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Beatles Saga: As Primeiras bandas

John era o líder de sua turma de amigos. Ao ganhar seu primeiro violão, não se fez de rogado, intimou seus “comandados” a formarem com ele uma banda. Ele e Eric Griffths, seu vizinho seriam os guitarristas. Os outros amigos de Quarry Bank seriam o banjista (Rod Davis) e o baixista (Bill Smith) da banda. Este último até tinha feito um baixo de caixa de chá. Por isso, ficou encarregado do instrumento. Pete Shotton, o melhor amigo de John pensou que ia se safar dessa. John Lennon encarregou-o de tocar uma tábua de lavar (washboard), já que não tocava nenhum instrumento. Para batizar a banda que surgia, John pensou em The Blackjacks. Só que ficou sabendo que já tinha oura banda no pedaço com esse nome. Foi aí que Pete deu a ideia: – por que não The Quarrymen? Ele pensou numa parte do hino da escola que dizia “the Quarry men are old before his birth (os homens da Quarry já são velhos antes de seu nascimento). John gostou na conotação dupla Homens da Quarry com pedreiro (quarryman).

Assim, em janeiro de 1957, os Quarrymen estavam devidamente batizados. Algumas músicas que John e Eric aprernderam com Julia entraram para o repertório da banda como That’ll Be the Day, Maggie Mae e Cumberland Gap, além de uma ou outra coisa de Rock dos EUA como Come go with me dos Del-Vikings e Baby Let’s Play House de Elvis, músicas com acordes bem simples. Costumavam ensaiar na casa de John em Mendips, para desespero de Tia Mimi. Sofreram sua primeira baixa: Bill Smith não ia aos ensaios e furou em uma apresentação casual da banda. Estava, portanto, fora dos Quarrymen. John e Pete conseguiram ficar com o baixo de caixa de chá dele e chamaram o amigo Len Garry para seu lugar. Para não ficarem desfalcados, tiveram a ideia de deixar de “standby” os colegas Nigel Whalley e Ivan Vaughan, revezando-se como baixistas. Nigel também funcionava como uma espécie de manager da banda, combinando apresentações.

Eric trouxe para a banda Colin Hanton, que tocava bateria e tinha um kit. Isso colocava os Quarrymen em pé de igualdade com outras bandas da cidade. Geralmente, a banda se apresentava a troco de sanduiches e refrigerantes e alguns queriam mesmo era chamar a atenção das garotas. A banda fez seu primeiro grande teste de fogo ao tocar num concurso de bandas de Skiffle realizado pelo empresário canadense Carol Levis, que usava como recurso um palmômetro (aparelho que media a intensidade do barulho das palmas da plateia). A música que tocaram foi um folk norte-americano chamado The Worried Man Blues, que agradou ao público presente. A banda chegou à etapa final mas perdeu para uma banda galesa chamada Sunnyside Skiffle Group por uma pequena margem.

No dia 6 de junho, a banda foi chamada para tocar numa festividade da igreja de St. Peter em Woolton. John preparou um set list bem básico e Len Garry ficou incumbido de tocar baixo no evento. No dia da apresentação, um jovem da plateia olhava com interesse para os Quarrymen. Era Paul, que, embora tocasse muito bem, ainda não tinha se juntado a nenhuma das bandas de Skiffle da cidade. Havia composto sua primeira canção, I Lost My Little Girl um ano antes. John costumava cantar trocando os versos das músicas, o que Paul achou muito engraçado e ousado. Além disso, o jeito como o líder dos Quarrymen encarava a plateia dava-lhe um ar de rebelde. Outro rapaz da plateia, o policial Bobby Mollineux queria testar o gravador de mão Grundig que havia comprado e registrou, meio que sem querer, o áudio de duas músicas dos Quarrymen, Put In on the Style (Lonnie Donegan) e Baby Let’s Play House de Elvis. Essa gravação foi descoberta uns 37 anos depois.

Depois do show, Paul foi apresentado pelo amigo em comum Ivan Vaughan [um dos baixistas substitutos da banda] ao líder dos Quarrymen. Paul elogiou a banda e comentou sobre a alteração dos versos e o jeito como John encarava a plateia. Lennon simplesmente lhe disse que trocava os versos porque não se lembrava dos originais. Quanto ao outro fato, ele contou ao novo amigo que ele era míope e não usava óculos. Num momento de descontração, Paul mostrou a John como tocava Twenty Flight Rock de Eddie Cochran, sem saber que o líder dos Quarrymen amava essa música. Nascia ali uma amizade que seria uma das maiores parcerias da história do Rock.

George, então com 14 anos, fez algo ousado. Chamou o amigo Arthur Kelly e o irmão Peter Harrison (formando uma trinca de guitarristas) e outros dois músicos anônimos [alguns dizem que um dos músicos era o professor de guitarra de George, Len Houghton] para formar uma banda chamada The Rebels que durou apenas um show.

Já Ritchie, por ter um kit de bateria, já tinha um pré-requisito para entrar em qualquer banda de Skiffle. No começo de 1957, um colega de trabalho chamado Eddie Miles (guitarra, vocais) chamou o baterista e formou a banda Eddie Clayton Skiffle Group. Os outros membros da banda eram: Frank Walsh (guitarra), Roy Trafford (baixo de caixa de chá) e John Dougherty (washboard). Em maio de 1957, a banda teve seu dèbut.

Fontes Wikipedia

Ensaio As Origens do Beatles por Andre McKenna

http://www.beatlesource.com/savage/main.html

Gênese de uma lenda

Gênese de uma lenda

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Beatles Saga: A Onda do Skiffle

Outra série que andava meio esquecia por aqui é Beatles Saga, que também retomamos a partir deste post. Nos links a seguir, os capítulos anteriores: Prólogo e Dias de Infância.

1956 – Quando o cantor e banjista Lonnie Donegan e seu trio formado por Chris Barber (contrabaixo) e Beryl Bryden (washboard) fizeram uma apresentação na TV inglesa da música Rock Island Line, original do lendário Leadbelly, eles não faziam ideia do furor que causariam entre os jovens britânicos. Da noite para o dia, muitos desses moleques formaram suas bandas, especialmente no norte da Inglaterra (Liverpool e cercanias). O Skiffle, que era uma tendência do Jazz norte-americano muito em voga nos anos 20/30 e que voltava do outro lado do Atlântico com força total.

Como todo garoto liverpudliano, John também quis formar sua banda de Skiffle e conseguiu esse feito graças à mãe. John havia voltado a encontrar a mãe Julia, que o presenteou com discos de Rock e com seu primeiro violão, um genuíno Django Reinhardt para estudo, apesar dos protestos de Tia Mimi que não via futuro para John na música. John começou a estudar em Quarry Bank  e acabou formando sua gangue, que se divertia fazendo caricaturas do rígido professor Pinkerton ou puxando os cabelos das meninas. A verdade é que John, aos 16, era um líder nato, posição que conseguiu sem nunca ter batido em ninguém, sempre se mantendo ao lado dos mais fortes.

Na verdade, John ainda estava muito triste pela morte do seu querido tio George Smith, marido de Mimi, que era um paizão para ele. Ele havia falecido aos 52 anos no ano anterior. John aprendeu os primeiros acordes com a mãe, que o ensinava a tocar violão como se fosse banjo. Julia tocava para o rebento coisas como That’ll Be the Day (Buddy Holly) e Maggie Mae (velha canção liverpudliana). O vizinho de John, Eric Griffiths também praticava junto com o amigo e a mãe Julia.

Paralelamente, Paul e Mike McCartney haviam passado pela trágica e dolorosa perda trazida pela morte da querida mãe Mary Patricia, que tombou vítima de câncer de mama. Paul também tinha afinidade com a música, herança do pai, que tocava no passado e tinha até uma banda. Aos 14 anos, Paul ganhou seu primeiro instrumento musical, um trompete. Desistiu logo pois por não conseguir boa embocadura, acabou machucando a boca. Ganhou então um violão, um Zenith modelo 17. Começou a ouvir Rock americano e era fissurado em Elvis Presley e Eddie Cochran.

George, que nesse ano já estudava no Liverpool Institute e fez amizade com Paul, era apaixonado por guitarras. Seu fascínio pelo Rock começou um ano antes ao ouvir Heartbreak Hotel de Elvis Presley. Pediu dinheiro à mãe e comprou seu primeiro violão, um Dutch Egmond.

No Dingle, um dos mais violentos bairros de Liverpool, Ritchie teve uma infância e adolescência atribuladas por conta de muitas doenças que o acometeram. Por causa disso, não pôde ter estudo normal e começou a trabalhar como garçom aos 15 anos. Mal sabia ler e escrever. Nessa altura da febre do Skiffle, o padrasto Harry Graves comprou para o garoto seu primeiro kit de bateria. Ter uma bateria já era meio caminho andado para entrar em uma das milhares de bandas que foram formadas pelos jovens em 1956.

Fontes:

Wikipedia

http://www.beatlesource.com/savage/main.html

Lonnie Donegan: responsável pelo boom do Skiffle na Inglaterra Crédito: http://www.hillmanweb.com/rock/donegan/don18h4.jpg

Lonnie Donegan: responsável pelo boom do Skiffle na Inglaterra
Crédito: http://www.hillmanweb.com/rock/donegan/don18h4.jpg

 

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Doo Wop & Vocal Groups Review: The Five Satins

Vamos inaugurar mais uma nova seção aqui no nosso Musical Review. Aqui iremos falar sobre grupos lendários de Doo Wop em todos os seus estilos e desdobramentos. Os grupos de Doo Wop fazem parte da essência da Primeira Onda do Rock and Roll e essa tendência teve início ainda nos anos 40 com grupos como Tke Ink Spots e Mills Brothers. Ainda que tenha tido um certo declínio a partir dos anos 60, sua influência é sentida no estilos de bandas como Beatles, MonkeesHollies e Beach Boys. Para começar este novo espaço, vamos falar de The Five Satins.

The Scarlets, uma primeira manifestação do grupo, foi formada em New Haven, Connecticut em 1954 por Fred Parris (nascido no dia 25 de março de 1936), egresso do grupo vocal The Canaries e tinha nesse time original Sylvester Hopkins (primeiro tenor), Nathaniel Mosely, Jr. (segundo tenor), Albert Denby (barítono) e William L. Powers (baixo), todos alunos da Hillhouse High School. Por ser o principal compositor, Fred naturalmente foi escolhido como vocalista principal e líder do grupo. Com essa responsabilidade nas costas, o então jovem de 17 anos foi a Nova York para encontrar alguma gravadora interessada no passe do grupo. Mostrou uma demo com a composição Dear One para o selo Red Robin, que tinha o grupo The Velvets como uma de suas estrelas. Bob Robinson, o big boss da gravadora não ficou impressionado com o grupo mas acabou fechando com eles, graças a influência de Dan Robinson, seu irmão e co-proprietário, que gostou do que ouviu. O single com Dear One/I’ve Tried fez um certo sucesso local.

No ano seguinte, os garotos foram todos convocados pelo exército e tiveram que servir à pátria. Antes gravaram um single de despedida pela Red Robin, Kiss Me. Certo dia, quando estava de sentinela em sua base, Fred compôs aquela que viria a ser a mais importante música de sua carreira, In the Still of the Night. Enquanto ainda servia no exército, Fred voltou para New Haven e formou um grupo novo que contou com Lou Peebles (tenor), Ed Martin (barítono), Stanley Dortch (tenor) e Jim Freeman (baixo). Decidiu rebatizar o grupo pensando em algo que soasse como Scarletts (escarlates) e Velvets (veludos). Resultado: The Five Satins (satin = cetim).

Em 1956, os Satins gravaram In the Still of the Night no porão da igreja de St. Bernardette e foi lançado como lado B de Jones Girls. A música foi um estrondoso sucesso dando visibilidade ao grupo. Só que Parris foi deslocado para servir no japão e após uma mudança significativa no line up,  contando apenas com Freeman e Martin mais os novatos Tommy Killbrew e Bill Baker (escolhido como novo vocalista principal) e o pianista Jessie Murphy. Gravaram o single To the Aisle que também teve uma boa repercussão. Em 1958, quando Fred deu baixa honrosa no exército, retornou e não reivindicou sua volta aos Satins, preferindo formar outro grupo com Lou Peebles (ex-Satins), Sylvester Hopkins (que havia feito parte dos Scarletts) mais Richie Freeman e Wes Forbes, ex-Starlarks. O grupo foi batizado Fred Parris & The Scarletts.

Felizmente, os Five Satins (digamos genéricos) decretaram o fim do grupo em 1960 e Fred pôde usar o nome novamente. Só que nessa altura dos acontecimentos, os grupos de Doo Wop começaram a declinar e muitos deles foram extintos. Fred, Lou e Richie resolveram nadar contra a maré e mantiveram o grupo. Graças ao revival dos anos 50 que conteceu no início da década de 60, graças ao filme Let the Good Times Roll, os Satins voltaram escalando um time novo com contou com Parris, Peebles, Freeman mais Jimmy Burtis e Corky Rogers. Nessa altura, o grupo assumiu a característica de revival (c0mo seus contemporâneos Coasters e Belmonts) 

Bill Baker formou seus próprios Satins nos anos 80, contando com Sylvester Hopkins (membro original) mais os irmãos deste Arthur e Frank Hopkins. Nunca houve tensão entre os grupos liderados por Fred e Bill, que conviveram de forma amistosa. Bill Baker faleceu em 1994. Os Satins de Parris foram introduzidos no Vocal Group Hall of Fame em 2003 e até hoje, depois de inúmeras formações, o grupo continua na ativa, sempre contando com o incansável Fred Parris, único membro original do grupo e Richie Freeman.

Fontes:

Wikipedia

http://www.tsimon.com/satins.htm

http://www.vocalgroup.org/inductees/the_five_satins.html

Fred Parris, o fundador e líder: Quase 60 anos de grupo

Fred Parris, o fundador e líder: Quase 60 anos de grupo

5satins

Five Satins em seus anos gloriosos

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Mersey Beat Review: The Fourmost

Começamos aqui uma nova seção no nosso Musical Review dedicada ao Mersey Beat, uma das principais cenas do Rock Britânico, uma das frentes da Segunda Onda do Rock and Roll que levou á vitoriosa Invasão Britânica. Esse movimento musical de Liverpool e adjacências recebeu esse nome em homenagem ao jornal Mersey Beat (ritmo/batida do Rio Mersey), criado pelo jovem jornalista Bill Harry, que estudou com John Lennon no Art College. Bill usou a publicação para fazer um verdadeiro painel das bandas que começaram a ganhar visibilidade no Reino Unido a partir do estouro do single Please Please Me dos Beatles. Para começar, vamos falar de The Fourmost, banda que gravou material composto por Lennon & McCartney e que era uma das apadrinhadas pelo empresário Brian Epstein.

Tudo começou em 1957 quando os guitarristas e cantores Brian O’Hara (nascido no dia 12 de março de 1941) e Joey Bower (nascido Joseph Bower no dia 17 de novembro de 1939), ambos nascidos e criados no Dingle, bairro mais proletário de Liverpool, Inglaterra), dois amigos e colegas de escola formaram o duo de Skiffle The Two Jays. Com a entrada do baixista e vocalista Billy Hatton e do baterista Brian Redman (nascido no dia 21 de junho de 1941 em Huyton, Liverpool, Inglaterra) em 1959, o nome foi alterado para The Four Jays. Em 1961, eles fizeram seu début no Cavern Club e houve outra alteração no line up: saíram Joey Bower e Brian Redman para as entradas do ex-Undertakers Mike Millward (nascido Michael Millward no dia 9 de maio de 1942 em Bromborough, Cheshire, Inglaterra) e Dave Lovelady (nascido David Lovelady no dia 16 de outubro de 1942 em Litherland, Liverpool, Inglaterra).

Em 1962, o nome da banda foi mudado para The Four Mosts e finalmente The Fourmost e eles começaram a aparecer em gigs pela cidade e arredores. Também costumavam ser citados pelo jornal de Bill Harry. No início de 1963, houve um interesse nacional pelos jovens músicos de Liverpool e o Mersey Beat tornou-se uma tendência. Em junho de 1963, assinaram um contrato com Brian Epstein, o empresário que impulsionou a carreira dos Beatles e tiveram acesso às composições exclusivas de Lennon & McCartney, feitas para atender ao repertório das bandas emergentes que estavam no cast de Brian. Em setembro de 1963, gravaram seu primeiro single com Hello Little Girl (canção escrita por John Lennon em 1957, que tinha sido aproveitada no teste fracassado na Decca Records)., que tinha no lado B a música Just In Case. O disco teve uma boa colocação nos charts britânicos ficando em 9º lugar. Em novembro, gravaram seu segundo single com uma composição da lavra de Lennon & McCartney, I’m In Love (lado B Respectable). Esta ficou em 17º nas paradas do Reino Unido.

Em 1964, os Fourmost gravaram aquele que é considerado seu maior sucesso na carreira, o single A Little Loving (Russ Alquist)/Waiting for You que ficou em 6º lugar nos charts. Isso garantiu à banda aparições em programas de TV e shows junto com outras bandas empresariadas por Brian Epstein. Apesar de terem gravado mais alguns bons singles como How Can I Tell Her/You Got that Way, Baby I Need Your Loving (cover dos Four Tops)/That’s Only What They Say, Everything in the Garden/He Could Never e Girls Girls Girls (cover dos Coasters que Elvis Presley também fez versão)/ Why do Fools Fall in Love (cover de Frankie Lymon & The Teenagers)  eles não conseguiram emplacar mais nenhum hit nas paradas. 

Em 1965, saiu seu primeiro e único álbum, The First and the Fourmost, com um repertório composto por covers  como Yakety Yak (Coasters), The Girl Can’t Help It (Little Richard), The In-Crowd (Dobie Gray), Some Kind of Wonderful (Drifters) e Sure to Fall (In Love with You) de Carl Perkins. Em 1966, eles gravaram mais uma música de Lennon & McCartney, o clássico dos Fab 4 Here, There and Everywhere (com You’ve Changed no lado B). No mesmo ano saiu o single Auntie Maggies Remedy (cover de George Formby)/ Turn The Lights Down. A banda sofreu uma baixa com o falecimento do guitarrista Mike Millward em 7 de março de 1966, vítima de leucemia. para seu lugar, foi recrutado Joey Bowers, exatamente quem havia sido substituído poe Millward nos primórdios da banda. Em 1968 e 1969, gravaram os singles derradeiros da banda, Apples Peaches Pumpkin Pie / He Could NeverRosetta – música sugerida pelo amigo Beatle Paul McCartney, que participa da faixa tocando piano)/ Just Like Before. 

Em meados da década de 70, Bowers, Hatton e Lovelady saíram do Fourmost, cabendo ao único remanescente da formação original, Brian O’Hara, formar outro line up, que contou com o guitarrista Bill Haiseman como membro mais constante da banda nos anos 70. Brian saiu da banda no início da década de 80, cabendo a Bill o legado do Fourmost. Tristemente, Brian O’Hara se suicidou em 27 de junho de 1999. Após inúmeras mudanças e a saída de Bill Haiseman, o Fourmost continua na ativa, contando com o seguinte line up: Lee Clarkson (baixo, vocais), Kevin Clarkson (bateria, vocais), Colin Walsh (guitarra líder, vocais) e Alex Leyland (guitarra rítmica, vocais).

Fontes:

Wikipedia

http://www.thefourmost.co.uk/#/history/4532382692

http://www.merseybeatnostalgia.co.uk/html/the_fourmost.html

 

The_Fourmost

The Fourmost em 1963…

 

TheFourmost

…e em 2013, 50 anos de atividade

 

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Monkees Review: o Líder Michael Nesmith, parte 6

Em 1979, Mike gravou o álbum Infinite Rider on the Big Dogma apresentando outra homenagem de Nez ao Brasil, a canção Carioca. Ele tomou gosto pela produção de vídeo e passou a década trabalhando nisso, o que o ajudou a ser pioneiro na febre de vídeoclipes que tomou conta da década dos anos 80. Isso fez com que surgisse a emissora musical MTV, com a qual Mike esteve envolvido desde sua fundação. Produziu vídeos famosos como All Night Long para Lionel Richie e The Way You Make Me Feel para Michael Jackson. Também produziu filmes de cinema como Repo ManTimerider: The Adventure of Lyle Swann Tapeheads – Uma Dupla Muito Louca. Em 1989, saiu seu único álbum dos anos 80, The Newer Stuff, com a bela homenagem aos Beatles e Fred & Ginger, I’ll Remember You.

Michael entrou na década de 90 como um conceituado e requisitado produtor. Em 1991, aconteceu o lançamento de sua segunda coletânea, The Older Stuff: Best od Michael Nesmith (1970-1973). No ano seguinte, lançou seu primeiro disco inédito em quase treze anos, “… Tropical Campfire’s …”, onde a influência latina de Nez vem à tona, com algumas composições próprias como Yellow Butterfly, Moon Over the Rio Grande e One, além de releituras para dois clássicos de Cole Porter, Begin the Beguine e In the Still of the Night e Brazil, nada mais, nada menos que Aquarela do Brasil no nosso grande Ary Barroso. Com esse disco, Mike fez uma turnê pelos EUA, coisa que não fazia desde os anos 70.

Em 1993, foi lançado o álbum duplo Complete First National Band Recordings, perfazendo toda a trajetória fonográfica da banda que lançou Mike à sua bem sucedida carreira solo. Indispensável para os “nezmaníacos” de carteirinha e apreciadores de boa música. No ano seguinte, saiu The Garden, uma continuação do conceito criado por Mike nos anos 70 com The Prison – A Book With A Soundtrack de uma novela musical com trilha sonora. Esse disco marca a estréia do primogênito de Mike, Christian Nesmith num disco do pai, tocando violão. Em 1995, o grande amigo e colaborador de longa data, O.J. Rhodes faleceu.

Em 1996, na comemoração dos 30 anos dos Monkees, Mike assinalou sua vontade de voltar a trabalhar com os colegas. O resultado foi o álbum Justus, que como o próprio nome diz, contou só com os quatro na composição, elaboração e conceitualização. Sem produtores ou músicos de fora. Mike contribuiu com uma nova versão de Circle Sky e a inédita Admiral Mike, cantada por Micky Dolenz. Infelizmente o álbum teve uma péssima recepção, sendo considerado um dos piores trabalhos da banda em termos de vendagem, ficando no 200º lugar do Hot 200.

Em 1997, Mike e os Monkees fizeram um especial de TV chamado Hey Hey It’s Monkees, retomando alguns conceitos do seriado, levando-os para os anos 90, como se o programa não tivesse acabado nos anos 60. Em seguida, o quarteto fez uma turnê, a qual foi abandonada, inexplicavelmente, por Mike quando chegou à Inglaterra, deixando seus colegas revoltados, sobretudo Davy Jones e azedando a relação entre eles.

Em 1999, saiu o segundo álbum ao vivo da carreira de Mike, Live at the Britt Festival, com shows que fizeram parte da turnê realizada por ele em 1992, última com o amigo O.J. Rhodes. Lá, além de suas músicas da carreira solo, Mike tocou pela primeira vez em décadas o clássico dos Monkees Papa Gene’s Blues. No ano seguinte, Mike se casou pela terceira vez com Victoria Kennedy, sua namorada desde 1988.

The+Monkees+Justus

Justus: a última reunião do quarteto

Conclui no próximo post

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Monkees Review: o Líder Michael Nesmith, parte 5

Em 1972, o primeiro e único álbum gravado com a Second National Band,  Tantamount To Treason Vol. 1 foi um fracasso comercial e a banda acabou depois disso. No ano seguinte, Mike gravou o disco  Pretty Much Your Standard Ranch Stash e começou a trabalhar como produtor. Em 1974, fundou seu próprio selo, Pacific Arts, que também funcionava como empresa multimídia. Lá lançou o álbum The Prison – A Book With A Soundtrack. Em 1976, recusou o convite para voltar aos Monkees e veio pela primeira vez ao Brasil. Em 1977, saiu seu álbum de estúdio From a Radio Engine to the Photon Wing e ele fez um show no Palais Theatre em Melbourne, Austrália que acabou se tronando o álbum ao vivo Live at Palais.

Em 1979, foi lançado o álbum Infinite Rider on the Big Dogma, apresentando outra homenagem de Mike ao Brasil, sua canção Carioca. Além dessa, destacam-se as músicas Dance, Tonite e Flying, entre outras. Foi a parti desse disco que Mike começou a trabalhar com videoclipes. Resolveu dar uma pausa nos trabalhos fonográficos para começar a trabalhar com produção de vídeos, sendo um dos pioneiros da massificação do produto como forma de divulgar artistas. Nesse ano, foi um dos criadores do programa musical PopClips, precursor de uma verdadeira febre de divulgação de videoclipes dos anos 80, o que acabaria fazendo surgir a MTV. Mike esteve envolvido no processo que acabou criando a emissora musical e se tornou um dos maiores produtores do canal.

Em 1980, a mãe de Mike faleceu e ele, como único filho, foi considerado herdeiro da fortuna conseguida com o Liquid Paper, o que fez com que ele investisse no desenvolvimento de projetos com vídeo. Em 1982, Mike arrebatou seu primeiro Grammy do gênero pelo vídeo Elephant Parts, além de se aventurar pelo cinema como produtor. Seu primeiro filme produzido foi Timerider: The Adventure of Lyle Swann, estrelado por Fred Ward. No ano seguinte, produziu o famoso videoclipe de Lionel Richie (ex-Commodores) All Night Long, usando técnicas inovadoras que o fizeram bombar de costa a costa nos EUA. O PopClips acabou gerando uma série televisiva chamada Mike Nesmith in Television Parts, grande sucesso de 1985. O ex-colega de Monkees, Micky Dolenz era um dos diretores, junto com o futuro nome da comédia dos EUA Jerry Seinfeld e o próprio Mike. Em 1984, Nez produziu o clássico cult Repo Man, dirigido por Alex Cox (Sid & Nancy) e estrelado por Harry Dean Stanton e Emilio Estevez.

Em 1986, com a comemoração dos 20 anos do seriado dos Monkees, Mike novamente foi sondado por Micky, Davy e Pete para voltar à banda. Acabou refugando, mas usando sua influência na MTV, conseguiu com que o programa televisivo que o alçou à fama fosse reprisado, apresentando os Monkees a uma nova geração de fãs. Resultado: os shows da banda foram um grande sucesso em todas as datas agendadas. O dia 7 de setembro de 1986 tornou-se uma data histórica para os monkeemaníacos do planeta, pois após 18 anos sem atuarem juntos (devido à saída de Pete), a formação original dos Monkees tocou para alguns sortudos que foram assistir a um show da banda no Greek Theatre de Los Angeles. Mike havia sido convidado para assistir à apresentação dos amigos e foi chamado para tocar com eles no bis. Não teve como Nez recusar tal convite.

Em 1987, Mike foi um dos produtores do vídeo de Michael Jackson, The Way You Make Me Feel e fez uma ponta como motorista de taxi no filme A Ladrona, estrelado por Whoopi Goldberg. No ano seguinte, ele produziu o filme Tapeheads – Uma Dupla Muito Louca, filme estrelado pelos atores John Cusack e Tim Robbins, além das feras do Soul Sam Moore (do lendário duo Sam & Dave) e Junior Walker (líder do All Stars), fazendo uma ponta como um garçom. Nesse ano, seu segundo casamento acabou.

Em 1989, Mike lançou a compilação The Newer Stuff, com belas músicas que nunca fizeram parte de sua dsicografia como Total Control, Dreamer e I’ll Remember You. Esta música é uma singela homenagem aos Beatles e à lendária dupla Fred Astaire & Ginger Rogers. O vídeoclipe dessa música é muito bem produzido por Nez e imperdível para beatlemanáicos e cinéfilos de carteirinha. As duas músicas que Mike compôs em homenagem ao Brasil, Rio e Carioca também figuram no álbum. Nesse ano, ele se reuniu de novo com os amigos Monkees quando receberam uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood.

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1989: Mike e os Monkees e sua estrela da Calçada da Fama

Conclui no próximo post

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Monkees Review: o Líder Michael Nesmith, parte 3

Mike conseguiu uma das vagas do seriado The Monkees e seu papel era o de líder do grupo. Só que eles não poderiam imaginar que eles se tornariam tão requisitados como músicos. Mike e Peter Tork trataram de treinar os colegas Micky e Davy para shows em algumas cidades. Mesmo assim, o grupo teve que aceitar as imposições da produção do seriado (leia-se Don Kirshner) que proibia que eles participassem das sessões de gravações de discos como músicos, apenas limitando-os a cantar. Com a demissão de Kirshner, os Monkees puderam enfim ter participação ativa nas gravações. Em 1967 e 1968, várias composições do guitarrista figuraram nos discos dos Monkees. Em fevereiro de 1968, ele e Phyllis tiveram o segundo herdeiro, Jonathan Nesmith. Head, o primeiro (e único) longa metragem dos Monkees acabou se tornando um grande fiasco e a banda se viu desfalcada do baixista Peter Tork.

Mike andava cansado do estilo “bubblegum” das músicas dos Monkees e decidiu lançar, nesse ano, seu primeiro trabalho solo, The Wichita Train Whistle Sings, com algumas canções de autoria de Nez que foram gravadas previamente com os Monkees, mas com acompanhamento de uma grande orquestra. Uma delas, Nine Times Blue, era sobra de sessões da banda e só foi lançada futuramente na coletânea Missing Links. Dentre os muitos músicos que tocaram no disco estão o lendário guitarrista James Burton (que fez parte da banda de Elvis Presley e tocou em alguns discos dos Monkees), o banjista Doug Dillard e o batera Hal Blaine, outra figura conhecida das sessões dos Monkees. Foi um disco que teve ótimo retorno por parte da crítica, sendo considerado hoje um verdadeiro clássico. Mike ficou sabendo do nascimento, em agosto de 1968, de Jason Nesmith, fruto de uma aventura extraconjugal do guitarrista com Nurit Wilde, que trabalhava no seriado dos Monkees, embora não creditada.

Em 1969, Mike e seus colegas Micky e Davy decidiram manter o grupo vivo e foi lançado o primeiro álbum após a saída de Pete, Instant Replay, onde Mike gravou suas composições Don’t Wait for Me e While I Cry. outras duas, Carlisle Wheeling e St. Matthew ficaram de fora da versão original do disco e acabaram sendo lançafadas em reedições futuras. Participaram de alguns esquetes em programas de TV e de shows dos amigos da banda Paul Revere & The Raiders. Nesse mesmo ano, saiu o álbum Monkees Present, onde Mike assinou as composições Good Clean Fun, Never Tell a Woman Yes e Listen to the Band (clássico nesmithiano). Ao mesmo tempo, Mike anunciou sua saída dos Monkees de forma amigável  e formou com o velho parceiro John London The First National Band, que além dos dois amigos, contava com O.J. “Red” Rhodes (guitarra com pedal), que se tornou grande parceiro de Mike em alguns projetos musicais e John Ware (bateria), otroi amigo de longa data, que tocou na banda The Corvettes.

Em 1970, Michael lançou Magnetic South, seu segundo álbum solo e primeiro com a First National Band. Com produção do próprio Mike, mais a participação do pianista Glen D. Hardin, o disco tem como destaque as músicas Calico Girlfriend, a já citada Nine Times Blue e a bela Joanne, que foi lançada em single (com One Rose no lado B), com muito êxito. Até o famoso cantor Andy Williams a regravou no mesmo ano para seu programa de TV. Por conta desse trabalho, Mike é considerado um dos pioneiros da fusão do Country com o Rock and Roll. Nesse ano, Mike e a esposa tiveram uma filha, Jessica, mas estavam com muitos problemas no casamento. A FNB gravou o disco, Loose Salute, com destaque para outro clássico de Nez em sua carreira solo Silver Moon, além de Dedicated Friends, Conversations e uma nova versão do clássico Monkee Listen to the Band.

Em 1971, a FNB gravou então sei derradeiro disco, o terceiro solo de Mike, Nevada Fighters , que conta, além da faixa título, com músicas como Here I Am, Only Bound, além de composições de Eric Clapton, em parceria com Bobby Whitlock (I Looked Away) e Harry Nilsson/Bill Martin (Rainmaker). Depois desse álbum, a banda decretou seu fim.

Em 1972, Mike não se deu por vencido e formou a Second National Band, contando com um timaço de músicos: Michael Cohen (teclados e Moog), Johnny Meeks (baixo), Jack Ranelli (bateria) e o parceiro O.J. Rhodes. A banda também contou com a presença especial do cantor e compositor José Feliciano tocando congas. Saiu então o quarto trabalho solo de Mike, Tantamount To Treason Vol. 1 com uma levada um pouco mais roqueira. Paralelo a esse bom momento na carreira de Mike, seu casamento de quase 10 anos como Phyllis chegou ao fim e eles se divorciaram.

Michael+Nesmith++The+First+National+Band+National+Band

After Monkees: The First National Band

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